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Excerto do briefing proferido pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, Moscovo, 7 de fevereiro de 2024

212-07-02-2024

Ponto da situação na crise ucraniana

 

O regime criminoso de Volodimir Zelenski continua a cometer atos terroristas desumanos utilizando armas ocidentais. Ultimamente, tem efetuado cada vez mais ataques bárbaros contra cidades russas durante os fins-de-semana ou feriados públicos. Os alvos dos seguidores de Stepan Bandera são exclusivamente instalações civis - mercados, lojas, farmácias, instituições médicas e sociais. O seu objetivo é óbvio – bombardear concentrações de pessoas para provocar o maior número possível de vítimas humanas. É este o objetivo dos terroristas – intimidar a população, semear o pânico, criar uma sensação de impasse. Esta é a lógica dos terroristas. Não se trata apenas de baixas civis em massa, mas também de atos de terror. Tudo o que acabei de citar ocorreu na véspera das Festas do Fim de Ano em Belgorod, a 30 de dezembro de 2023, e a 21 de janeiro deste ano em Donetsk.

No sábado, dia 3 de fevereiro, as forças armadas ucranianas voltaram a cometer um crime hediondo ao bombardearem com mísseis HIMARS as infraestruturas civis de Lisichansk, na República Popular de Lugansk, ou seja, um edifício de dois andares que albergava a padaria Adriatica. Em resultado, o edifício desmoronou-se. De acordo com o Ministério das Emergências da Rússia, no passado dia 5 de fevereiro, 28 civis, entre os quais uma mulher grávida e o seu filho, foram mortos. Outros dez ficaram feridos. Destes, quatro encontram-se em estado extremamente grave.

A 4 de fevereiro, as forças armadas ucranianas bombardearam o território da República Popular de Donetsk 99 vezes, disparando 334 munições diferentes. Quatro pessoas ficaram feridas, nove edifícios residenciais e três instalações civis foram danificados.

Na madrugada de 5 de fevereiro, a defesa antiaérea russa frustrou uma tentativa das forças armadas ucranianas de atacar com drones a Região de Briansk, na Rússia. Sete drones foram abatidos nas Regiões de Belgorod, Volgograd e Rostov.

Todas estas ações estão a ser coibidas e registadas para uma investigação aprofundada. As pessoas envolvidas serão certamente identificadas, como acontece todos os dias, e levadas à justiça.

A justiça russa continua a processar, com base nas provas recolhidas pelo Comité de Investigação da Rússia, os elementos das unidades armadas ucranianas que cometeram crimes graves contra civis.

Os neonazis ucranianos S. Baranov e V. Iuchko foram condenados à revelia a 29 anos de prisão por crimes contra a população civil da República Popular de Donetsk. Ambos foram incluídos na lista internacional de procurados. O ucraniano S. Romanovich, que matara um civil em Mariupol na primavera de 2022, foi condenado a 26 anos de prisão na colónia penal. R. Aliyev, do batalhão nazi Azov, foi condenado a prisão perpétua por ter matado civis. Nenhum dos criminosos ucranianos poderá escapar ao castigo. Todos eles serão identificados e responsabilizados penalmente em toda a extensão da lei.

Neste contexto, a visita relâmpago a Kiev da primeira secretária-adjunta de Estado dos EUA em exercício, Victoria Nulandfeita, a 31 de janeiro teve um significado especial que possui, entretanto, o sinal de menos. Ocorreu uma "visita de uma senhora". Infelizmente, em todos os lugares onde esta senhora aparece, nada de bom acontece porque logo começam intrigas políticas, mortes, conflitos. Penso que esta visita terá resultados semelhantes. Victoria Nuland ensinou o regime de Kiev como mobilizar ucranianos sem dinheiro norte-americano. O regime de Kiev não encara mais os ucranianos como "material dispensável" nem como "material" em geral. Como para o regime de Kiev as vidas dos seus próprios cidadãos que deveriam ser trocados não significam nada e este se dispõe a sacrificá-las ou devido às suas intrigas políticas internas ou por outras razões, os Estados Unidos mandaram, de forma cínica e dura, Volodimir Zelenski mobilizar ainda mais ucranianos.

Numa conferência de imprensa em Kiev, Victoria Nuland declarou que era estrategicamente necessário para os EUA manter um fluxo constante de armas "para o campo de batalha" e informou ter sido decidido entregar às forças armadas ucranianas munições de alta precisão guiadas GLSDB, que, segundo ela, em breve deveriam chegar diretamente "ao campo de batalha" para ser ali utlizadas. Gostaria de chamar a vossa atenção para os motivos. Victoria Nuland não disse que isso era estrategicamente necessário para o povo da Ucrânia ou para o Estado ucraniano. Deixou bem claro que isso era estrategicamente necessário para os Estados Unidos da América. Em princípio, eles deixaram de o esconder. Tendo em conta os recentes bombardeamentos bárbaros contra cidades russas, não temos dúvidas de que os banderitas estão a utilizar essas armas mortíferas contra a população civil do nosso país. Recorde-se como os políticos norte-americanos, quer aqueles que estão na ativa, quer os que fazem parte das "elites do Estado interno", diziam cinicamente que o  principal objetivo da Ucrânia e do regime de Kiev era "matar o maior número possível de russos", infligir à Rússia, como diziam, uma "derrota estratégica", que tudo isto era um "bom investimento norte-americano", talvez mesmo o melhor, e que estavam à espera de resultados concretos.

A viagem de Victoria Nuland a Kiev demonstra mais uma vez quem é o verdadeiro "mestre" de Volodimir Zelenski.

No dia 1 de fevereiro deste ano, os líderes dos países da UE chegaram a acordo sobre um pacote de 50 mil milhões de euros de ajuda para a Ucrânia para 2024-2027. Há uma nuance que as forças armadas ucranianas e aqueles que são forçados pelo regime de Zelenski a ir lutar na guerra não sabem ou por falta de informação ou por não estar a compreendê-la. Mas eles deviam sabê-la. Este benefício não é de graça. A maior parte do dinheiro disponibilizado, ou seja, 33 mil milhões de euros, é concedida à Ucrânia na forma de crédito. Imagine-se, primeiro, o regime de Zelenski envia os seus cidadãos para morrerem na guerra, e, depois, toma ainda mais créditos cujo pagamento ficará a cargo daqueles que ficaram sem os seus pais e as suas casas. É um golpe duplo na sua própria população. Os trinta e três mil milhões de euros para além de todos os empréstimos e obrigações assumidos pela Ucrânia enquanto Estado. Não foi ela, nem o povo ucraniano que tomou estes empréstimos. Tudo isso foi feito pelo regime de Kiev, por Volodimir Zelenski, por Petro Poroshenko, por aqueles que foram levados ao poder na Ucrânia nos golpes de Estado pelos EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, "Bruxelas coletiva" e que condenam o seu povo à escravatura eterna.

A maior parte desse dinheiro irá para as compras de armas que serão, indubitavelmente, utilizadas pelas forças armadas ucranianas para bombardear áreas residenciais e matar civis inocentes.

Estas ações das elites políticas da Europa Ocidental são imorais e mostram uma coisa: os combates são muito mais importantes para elas do que a estabilidade e o bem-estar dos seus próprios cidadãos. Ignoram descaradamente as greves em massa de agricultores que estão à beira da ruína e negam-lhes subsídios porque, como disse Victoria Nuland, "é estrategicamente necessário para os EUA manter um fluxo constante de armas para a Ucrânia". Terão sempre dinheiro para isso. Aparentemente, a UE encontrará dinheiro para financiar o regime de Kiev até ao último trator.

Dado o nível de corrupção sem precedentes na Ucrânia, é altamente provável que estes fundos, bem como outros, sejam utilizados para as necessidades pessoais daqueles que estão no poder e empurram o país para o fosso da dívida. Várias gerações de ucranianos terão de pagar as faturas dos funcionários corruptos de Kiev.

As provas da extrema crueldade do regime de Kiev estão a tornar-se públicas. Até os meios de comunicação social ocidentais, tanto veículos de comunicação online como veículos tradicionais, já estão a publicar artigos  que levantam o véu do que é feito atualmente nas prisões ucranianas com os condenados por colaboração com a Rússia. O The Guardian noticiou na sua edição de 2 de fevereiro que o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano) tinha instaurado mais de 8.100 processos penais que envolvem, entre outros, mulheres com filhos pequenos. Esta publicação, que nunca se alia a ninguém, menos ao Ocidente, na minha opinião, escreve que prisioneiros são submetidos à violência física e coagidos a dar confissões. Democracia, não é? E isso é o que é um país democrático no entender dos EUA? Não é a primeira vez que a imprensa ocidental publica materiais que lançam luz, ainda que parcialmente, sobre a verdadeira natureza do gangue de Volodimir Zelenski.

Exortamos as organizações internacionais de direitos humanos e as instituições internacionais e interestatais especializadas a, pelo menos, lerem estes materiais e a exigirem que o governo ucraniano reaja a esta situação, ponha termo ao tratamento desumano dos presos políticos e os ponha imediatamente em liberdade, em primeiro lugar as mulheres e as crianças.

Perante este cenário, já não nos surpreende o cinismo do regime de Kiev e dos seus patrões ocidentais, que estão a explorar descaradamente a "questão das crianças" nos seus interesses conjunturais. Prestámos atenção à declaração sobre a criação de uma chamada coligação internacional para o "regresso das crianças ucranianas", que foi apresentada pela Ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, durante a sua visita a Kiev, a 2 de fevereiro.

O documento faz referências à famigerada "fórmula Zelenski" e ao "formato Copenhaga". Vejamos em que consistem. Tendo visto que as suas pseudo-iniciativas de paz não recebem o apoio adequado nem têm uma base fundamental, as autoridades de Kiev e os países ocidentais que as apoiam decidiram reforçar a sua "fórmula" com a "questão das crianças".

A lógica é óbvia. As questões relativas à assistência a menores dificilmente deixarão alguém indiferente. Tudo o que diz respeito às crianças é claro e próximo de todas as nações e Estados. Na verdade, é uma tentativa de criar outra "embalagem", mais colorida e mais atrativa, para persuadir a comunidade internacional a aceitar as opiniões políticas do regime neonazi da Ucrânia. Foi por isso que este esquema fraudulento foi inventado. Quem quiser, por razões humanitárias, "promover o reencontro das crianças com as suas famílias", como está estipulado no documento, deve apoiar automaticamente a "fórmula Zelenski". Há muitos esquemas fraudulentos. Por vezes (como é do vosso conhecimento) instituições financeiras enganam os seus clientes, usando formulações jurídicas difíceis de entender em letras miúdas em notas de rodapé para obrigar o cliente a cumprir determinadas obrigações, das quais ele não tem a mínima ideia. Ele não compreende do que se trata. Há burlões telefónicos que se fazem passar por agentes da polícia ou por funcionários de um banco. Há muitas burlas para enganar, roubar, fraudar. Mas o esquema global de corrupção usado pelo regime corrupto de Kiev,  baseado no princípio da responsabilidade mútua e destinado a enganar cada vez mais Estados, parece-me ser digno do Livro Guinness dos Recordes.

Há muito que a junta de Kiev se transformou num grupo de ladrões, extortores e vigaristas. Claro que não se importam com as crianças. Se se preocupassem com o destino das crianças, não as estariam a matar com armas ocidentais. Bombardeiam instalações sociais onde estão as crianças. E depois apelam à comunidade internacional para que pense no destino das crianças? Durante oito anos, as forças armadas ucranianas exterminaram os seus próprios cidadãos, crianças, menores e bebés. Mataram habitantes do Donbass, sabendo que os seus bombardeamentos atingiam também crianças. De acordo com o Comité de Investigação da Rússia, 155 crianças foram mortas e 650 receberam ferimentos nas Repúblicas do Donbass desde 2014. "Ferimentos" é um termo suave. Muitas estão fisicamente incapacitadas. E quantas sofreram moralmente? Gostaria de recomendar à Ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, que visite a Aleia dos Anjos, um cemitério de crianças perto de Donetsk. Esta é a melhor prova do crime cometido pelo regime de Kiev, que afirma estar "preocupado com o destino das crianças". Ou só interessam as crianças que, do ponto de vista do regime de Kiev, pertencem a pessoas da nacionalidade certa, do grupo sanguíneo certo, do grupo linguístico certo?

Em 2023, 51 crianças morreram em bombardeamentos ucranianos contra as regiões russas vizinhas, as Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk, a Crimeia, as Regiões de Kherson, de Zaporojie, de Briansk, de Kursk e de Tula. Cento e cinquenta e cinco crianças ficaram feridas. Entre elas estão não só as que sofreram arranhões ligeiros e pequenas escoriações, mas também as que foram mutiladas. As suas mães amaldiçoam não só os assassinos ucranianos como também os que lhes fornecem armas ocidentais. Há no Ocidente coligações para ajudar estas crianças? Alguém ouviu dizer que o Ocidente se oferece para as ajudar? Foram feitas algumas declarações em condenação aos atos criminosos do regime de Kiev? Não. Nem Otava, nem Washington, nem Londres, nem Varsóvia, nem Berlim, nem Paris fez nada disso. E a OSCE? Não se interessa por crianças russas e de outras nacionalidades?

Todos aqueles que agora estão a vociferar a necessidade de defender as crianças (queremos dizer "no papel" proposto por Volodimir Zelenski) não disseram uma só palavra sobre as crianças assassinadas por Kiev durante todos estes anos. Visitaram a cidade de Bucha para  assistir ao espetáculo encenado pelo regime de Kiev sob a direção direta dos seus patrões ocidentais. Muitos deles estiveram ali várias vezes. Gostaria de perguntar: o que é que visitaram? Ruas? Casas? Se o Ocidente insiste em dizer que houve ali uma tragédia e que foram mortos civis, talvez valha a pena visitar o cemitério onde jazem os seus restos mortais para ver os nomes das vítimas? No entanto, as suas sepulturas não existem. Também ainda não há nenhuma lista com os nomes das vítimas. No entanto, o que há é uma lista das crianças mortas, e a Aleia dos Anjos e outras campas. Mas nenhum dos "turistas" políticos ocidentais as visita. Porquê? Porque tudo isso é uma farsa. É por isso que o regime de Kiev explora a "questão das crianças". Este tema foi concebido pela NATO e materializado com a ajuda do "Tribunal Penal Internacional" e por meio de declarações, impondo-se esta questão à comunidade internacional como jogada política de Volodimir Zelenski.

Para eles, a vida das crianças das regiões russas e da Ucrânia não tem nenhuma importância. Ao mesmo tempo, acusam a Rússia de se recusar a, alegadamente, cooperar e fornecer informações. É uma baboseira. A nossa Provedora dos Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, trabalha não só regularmente, mas também diariamente, em direto, divulgando factos e dados concretos sobre o trabalho desenvolvido pelo nosso país nesta área.

A Rússia resgata crianças russas e ucranianas e de outras nacionalidades sem distingui-las. Resgatamo-las, tratamo-las e devolvemo-las às famílias, ajudamo-las, fazendo tudo isso com regularidade.

A Rússia não rapta, não deporta nem desloca crianças à força, como fazem crer as notícias veiculadas pelos meios de comunicação social ocidentais citando estadistas ocidentais e representantes de grupos políticos. Resgatamos crianças, retirando-as das zonas de hostilidades. Trata-se, sobretudo, de órfãos e de menores que ficaram sem representantes legais. Se os seus familiares forem encontrados, a Provedora dos Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, faz os possíveis para o reencontro das famílias.

A nossa tarefa consiste em garantir a segurança dos menores e criar para eles condições de vida normais. Continuaremos a fazê-lo, apesar das ameaças, da chantagem, das sanções e de tudo o que todos nós temos de suportar por parte do regime de Kiev e dos países ocidentais.

Recorde-se que todos os objetivos fixados e fundamentados pela liderança russa no sentido de desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia e o regime de Kiev e de eliminar as ameaças que emanam do seu território, como o Presidente russo, Vladimir Putin, tem repetidamente reafirmado, serão atingidos.

 

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