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Porta-voz Maria Zakharova faz briefing em Moscovo, 13 de agosto de 2020

1204-13-08-2020

Quanto à atual situação do coronavírus


A situação epidemiológica mundial continua tensa. O número total de infetados superou 20 milhões de pessoas desde o início da pandemia de Covid-19. Temos que constatar que em escala global, a curva ainda não se achatou, o número de doentes segue a crescer. Os novos surtos da infeção observados nos últimos dias em vários países europeus evidenciam a necessidade de continuar a respeitar medidas antiepidémicas.

Na semana passada, o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, observou com toda a razão, na sua análise da situação global com o coronavírus, que a pandemia “mudou drasticamente o nosso mundo, afetou a infraestrutura política, económica, cultural e social no mundo, desafiando os sistemas de saúde pública em todos os países sem exceção”. Compartimos a postura da OMS a respeito da importância do reforço dos sistemas nacionais de saúde, de manifestação da solidariedade e de união dos esforços de todos os países para combater o coronavírus e superar as suas consequências em escala mundial, mantemos contacto mais estreito com a Organização Mundial na área da criação e futura aplicação da vacina contra Covid-19. Recentemente, foi registada na Rússia, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra Covid-19 criada por cientistas russos. Mais de 20 países já manifestaram interesse prático a ela.

Gostaríamos também de observar que a partir de 1 de agosto do ano corrente, conforme a portaria do Governo da Federação da Rússia n.º 1993-p, de 31 de julho de 2020, foram canceladas as restrições introduzidas anteriormente para combater a propagação da infeção pelo novo coronavírus Covid-19 de acesso ao território do país para diplomatas estrangeiros e portadores de passaportes oficiais em viagens de trabalho de curto prazo.

Desta maneira, está restabelecido o procedimento anteriormente vigente de visitas a curto prazo à Federação da Rússia, inclusive sem visto, sempre que houver respetivo acordo para as mencionadas categorias de estrangeiros.


Quanto à assistência ao retorno de cidadãos russos à Pátria


Continuamos a informar-lhes sobre a realização do programa de assistência ao retorno dos cidadãos russos à Pátria nas condições de pandemia da infeção pelo coronavírus. Uma média semanal de 3-4 mil pessoas usam voos de regresso. De acordo com os dados atualizados hoje, já quase 280 mil pessoas conseguiram voltar à Pátria desde o momento de introdução das restrições em virtude da situação sanitária; mais de 70 mil deles usaram o algoritmo de organização dos voos de regresso.

Queremos ainda destacar a alta demanda por voos regulares, retomados a partir de 1 de agosto, inicialmente com o Reino Unido e a Turquia, e também com a Tanzânia. Respondendo a muitas perguntas que recebemos, voltamos a informar que as restrições de entrada de cidadãos estrangeiros ao território da Rússia seguem vigentes. O procedimento de cruzamento da fronteira da Rússia através de passagens aéreos, terrestres e outros está contido nas portarias do Governo da Federação da Rússia n.ºº 635 e 763, com os respetivos comentários publicados na página do MNE da Rússia e do Serviço das Fronteiras do Serviço Federal de Segurança da Rússia, que, para lembrar, é quem toma a decisão sobre o cruzamento da fronteira da Federação da Rússia.

Temos informado muitas vezes também das medidas de controlo sanitário, que obrigam os cidadãos estrangeiros a possuírem, na hora de embarcar, o certificado que confirma resultado negativo de teste para Covid-19, obtido pelo método de reação em cadeia da polimerase (PCR ou RCP) não mais de 72 horas antes da chegada à Rússia. Já os nossos compatriotas precisam de passar o teste dentro de três dias depois da chegada à Pátria, registando o resultado através do formulário respectivo no site dos serviços públicos (Gosuslugi).

Nas condições atuais, permanece a demanda de voos de regresso. Na semana passada, houve voos de Los Angeles, Miami e também de Tel Avive – recebemos solicitações destes destinos de grupos organizados de compatriotas. Os destinos europeus: Francoforte do Meno, Paris, Barcelona, Alicante, Verona e Budapeste – não foram esquecidos. No continente asiático, são sempre populares os voos de Seul a Vladivostok, de onde os cidadãos russos poderão voltar para as cidades de residência permanente.

O horário dos voos de regresso vai agora até o final do mês corrente. Voos são planeados de Goa, Phuket e Banguecoque, de Denpasar (ilha de Bali), de onde, quase cinco meses depois do lançamento do programa de regresso e de mais de meia centena de voos, ainda chegam solicitações de assistência no retorno à Pátria. Nós tentamos considerar todas as solicitações que recebemos, sejam de grupos ou individuais. Falando “nós”, falo das nossas Embaixadas, representações estrangeiras e do escritório central. Levamos as solicitações em conta ao elaborar os horários. Realmente tentamos prestar assistência máxima no sentido consultivo, prático aos nossos cidadãos que ficaram em situação tão difícil no estrangeiro.


Regiões da Rússia ajudam Cazaquistão a combater o coronavírus


Como sabem, a Rússia presta ajuda ativa aos países afetados seriamente pelo coronavírus. Quando a praga bateu nas portas do nosso aliado estratégico e parceiro, o irmão Cazaquistão, as regiões russas não se fizeram esperar, aderindo à missão com contribuição sensível à luta conjunta contra a pandemia. Gostaria de destacar as regiões seguintes: Astracã, Kazan, Novossibirsk, Oremburgo e o Governo de Moscovo.

No âmbito do acordo entre o Governo de Moscovo e a região de Alma-Ata, um voo levou uma brigada de 22 médicos da capital russa para Alma-Ata a 6 de julho.

A 11 de julho, mais 11 médicos russos chegaram à região de Mangghystau.

A 15 de julho, cinco médicos foram enviados da região de Astracã para a região de Atyrau do Cazaquistão para prestar ajuda organizacional e levar uma carga humanitária (máscaras, trajes protetores, desinfetantes) de massa total de 16 tons.

A 18-20 de julho, uma grande carga humanitária enviada pela organização Ural-Evrazia (Ecaterimburgo) foi levada a Qostanay, Kokshetau e Petropavlovsk.

A 20 de julho, a Universidade Nacional Eurasiática Lev Gumilev em Nur-Sultan recebeu um lote de meios de proteção individual dos parceiros do Centro de Pesquisa Geopolítica Berlek-Edinstvo (Ufa).

A 22 de julho, uma carga de mais de 250 quilogramas comprada pelo centro Kaspy-Evrazia (Astracã) e por universidades de Astracã integrantes da Associação das Universidades do Cáspio chegou a Atyrau.

No mesmo dia a cidade de Uralsk recebeu ajuda do Centro de Informação e Análise Evrazia-Povolzhie (Saratov).

De 27 de julho a 1 de agosto, uma brigada de médicos de Kazan (quatro pessoas) estavam na região de Zhambyl por convite do seu governo.

A região de Novossibirsk enviou à região cazaque de Pavlodar sete médicos infecionistas e também preparou uma carga humanitária de 50 mil máscaras, 20 mil pares de luvas e 200 trajes protetores.

O centro de ciência política Sever-Yug (Moscovo), o clube de peritos Sibir-Evrazia (Novossibirsk), o Instituto de Pesquisa da Ásia Central (Kazan) e a Comunidade dos Povos da Eurásia (Oremburgo) enviaram ajuda a Nur-Sultan, Alma-Ata e Shymkent.

O Governo da região de Oremburgo, junto com a seção regional da organização social russa de empreendedores pequenos e médios Opora Rossii está a estudar o envio duma carga humanitária (meios de proteção individual) à região de Aktyubinsk da República do Cazaquistão em agosto.

No total, as estruturas sociais que fazem suas atividades na região fronteiriça russo-cazaque enviaram às regiões do Cazaquistão mais de 150 mil máscaras, 25 mil pares de luvas, tonómetros, termómetros, antisépticos, remédios etc. O valor total das cargas supera os 1,5 milhões de rublos.

Estes passos das nossas regiões demonstram integralmente o sentido da palavra “boa-vizinhança”, que titula a ação de ajuda prestada por estruturas regionais russas ao povo do Cazaquistão.


Quanto à criação do Conselho de Apoio ao Acelerador de Acesso às Ferramentas contra Covid-19


Não deixámos despercebida a declaração do Secretariado da OMS anunciando planos de criar o Conselho de Apoio ao Acelerador de Acesso às Ferramentas contra Covid-19 (Access to COVID-19 Tools, ACT).

O Conselho é previsto como um órgão consultivo temporário a alto nível, servindo para mobilizar apoio multilateral às atividades do Acelerador.

O Conselho terá duas tarefas principais: fomentar a consolidação dos recursos políticos e financeiros em prol do Acelerador e o acompanhamento mediático dos esforços aplicados no âmbito do ACT.

Espera-se que o Conselho represente os Estados membros da OMS, a Comissão Europeia e a OMS enquanto iniciantes da iniciativa, ONGs, empresas privadas na qualidade de observadoras. A Rússia é um dos Estados influentes no mercado de preparados médicos, inclusive vacinas, e meios de diagnóstico.

Estamos prontos para considerar o convite oficial à Rússia para integrar o Conselho de Apoio ao ACT ao recebê-lo.


Quanto à situação na Bielorrússia


Estamos a acompanhar com atenção os acontecimentos dos dias recentes na Bielorrússia. Preocupam-nos as informações de incidentes relacionados a violações da ordem pública nas ruas de várias cidades bielorrussas, ocorridas depois das eleições presidenciais realizadas.

Neste pano de fundo, observamos uma pressão sem precedentes exercida sobre as autoridades bielorrussas por certos parceiros estrangeiros. São evidentes tentativas de interferência externa nos assuntos do Estado soberano no intuito de dividir a sociedade e desestabilizar a situação. Já vimos muitas vezes semelhantes métodos aplicados em outros países.

Da nossa parte, apelamos a todos a serem moderados e a manifestarem prudência. Confirmamos estar interessados na sustentabilidade da situação política interna na Bielorrússia. Esperamos que a situação no país normalize em breve e volte à tranquilidade.

Quanto às recentes detenções de cidadãos russos, inclusive jornalistas, na Bielorrússia, destacamos o significante papel na solução destes assuntos da Embaixada da Rússia em Minsk e do próprio Embaixador Dmitry Mezentsev, que mantém estreito contacto com os órgãos competentes bielorrussos. Agora, a maioria dos jornalistas russos detidos foi libertada. Em particular, voltaram à casa Semyon Pegov, Vladislav Zizdok, Anton Starkov, Dmitry Lasenko, Maksim Solopov, Ilya Pitalev, Nikita Telizhenko e Igor Rogov. Agradecemos aos colegas bielorrussos pela resposta operativa às solicitações da Embaixada da Rússia. Quero observar que o trabalho relacionado à proteção dos direitos dos cidadãos russos continuará.

Também esperamos que a cooperação profissional entre os Comités de Investigação, Procuradorias Gerais e outras entidades dos dois países permitirá tratar o mais breve possível da detenção de 33 cidadãos da Rússia na República. É importante observar que as tentativas de achar uma “pista russa” na organização das desordens no país são infundadas. As “pistas” indicam outro sentido. Os respetivos factos foram entregues à parte bielorrussa e estão em acesso público.

Gostaríamos de sublinhar que a Rússia foi e permanece um aliado de confiança e amigo da Bielorrússia e do irmão povo bielorrusso. Estamos convencidos de que as tentativas de subverter as relações entre nós fracassarão.


Quanto à situação na Síria


Em termos gerais, avaliamos a situação no país como estável. A tensão permanece nos territórios não controlados por Damasco.

Em Idlib, os radicais continuam a prestar resistência aos esforços dos militares russos e turcos de cumprimento do Protocolo Adicional de 5 de março do ano corrente. Os terroristas aumentaram os ataques contra as forças governamentais e municípios próximos, não deixam de organizar provocações no “corredor de segurança” ao longo da rodovia M4. Por isso, o patrulhamento conjunto da rodovia foi suspenso. Além disso, repetidas tentativas de atacar a base aérea russa de Hmeymim são fonte de especial preocupação. Assim, de acordo com as informações que temos, a 10 de agosto foi repelido mais um ataque com uso de três drones. É evidente que a estabilidade sólida só poderá ser alcançada na Zona de Desescalada de Idlib se o foco terrorista for neutralizado lá.

A situação é difícil também no Nordeste da Síria. Os protestos da população árabe da região do Eufrates contra as ações das autoridades curdas e contra a presença ilegal dos EUA somaram-se aos problemas relacionados à ativação do Estado Islâmico, à situação humanitária grave e ao crescimento dos casos de infeção pelo coronavírus. A população é indignada, entre outras coisas, pela extração ilegal, incentivada pelos norte-americanos, e pelo contrabando do petróleo sírio. Não trata-se somente de roubo deliberado das reservas naturais nacionais, que pertencem a todos os sírios, senão da sabotagem da soberania e da integridade territorial da Síria, e também de criação de ameaças à segurança regional. É notável que Washington fizera, para poder vender o petróleo da região trans-eufratiana, uma exceção das próprias sanções, que proíbem qualquer tipo de operações com os hidrocarbonetos sírios.

Na área humanitária, observamos que os sírios voltaram a retornar à Pátria. Nomeadamente, ativaram-se os refugiados residentes no Líbano: mais de dois mil pessoas têm regressado de lá para a Sìria desde o início do mês. Neste sentido, gostaria de voltar a indicar à comunidade internacional a necessidade de apoiar este processo para, entre outras coisas, reduzir a pressão social e económica sobre os países anfitriões, especialmente levando em conta os acontecimentos trágicos no vizinho Líbano.

Na área política, esperamos que a partir de 24 de agosto, os membros da Comissão de Redação do Comité Constitucional retomem o seu trabalho em Genebra com o apoio do Enviado Especial do Secretário Geral da ONU para a Síria, Geir Pedersen, se a situação epidemiológica permitir.


Os ministros do Líbano demitem-se


A 10 de agosto, no contexto da escalada da crise na República do Líbano, o seu Presidente, Michel Aoun, aceitou a demissão do Conselho de Ministros, encabeçado por Hassan Diab e formado no início do ano corrente. Não obstante isso, os membros do Governo continuarão a exercer suas obrigações na qualidade de ministros interinos até que um novo gabinete seja formado.

Consideramos estes acontecimentos políticos um assunto essencialmente interno do Líbano. Tradicionalmente, manifestamo-nos em apoio da sua soberania, independência, unidade e integridade territorial. Apelamos a resolver todas as questões agudas da agenda política interna pelos próprios libaneses, no campo jurídico, através do diálogo e alcançando o consenso amplo nacional, sem intervenção externa.

Estamos convencidos de que hoje todos os políticos libaneses precisam de unir-se para superar as consequências do desastre no porto de Beirute de 4 de agosto com esforços comuns, retirando o seu país da crise prolongada. Antes de tudo, tomar passos conjuntos para reduzir a tensão, recusar-se à violência, prevenir o deslize para o caos e para o ponto de não retorno. Esperamos que os Estados estrangeiros também fomentem a desescalada da tensão em Beirute, o compromisso entre os libaneses, e não o contrário. Acreditamos que a Organização das Nações Unidas deve assumir a coordenação dos esforços internacionais de apoio ao Líbano.

Ao mesmo tempo, preocupam as tentativas de certos doadores internacionais potenciais de politizar a ajuda financeira ao Líbano para a fazer corresponder aos interesses da sua própria agenda geopolítica. Acreditamos que as questões relacionadas à ajuda ao desenvolvimento social e económico dos países em desenvolvimento não devem ser rodeadas de condições que de facto prejudicam a sua soberania nacional e as prerrogativas das autoridades legítimas. Além disso, na situação política interna no Líbano, que já não é fácil, impor qualquer mudança que não é preparada e não tem apoio consensual, ameaça com desestabilizar a situação ainda mais e a fazer a violência escapar do controlo.

Da nossa parte, fazemos tudo possível para que a situação no amigo Líbano normalize em breve; nomeadamente, participamos ativamente na grande operação de busca e resgate no porto de Beirute e os médicos do Hospital Móvel do Ministério para Situações de Emergência da Rússia prestam ajuda médica urgente aos feridos.


The New York Times informa do suposto aviso feito pelo Secretário Mike Pompeo ao Ministro Serguei Lavrov sobre as consequências de eventual conluio entre serviços especiais russos com os talibãs contra os militares norte-americanos


No decurso da conversa telefónica entre o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, com o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, feita a 13 de julho, a parte norte-americana mencionou, com efeito, um “conluio dos serviços especiais russos com os talibãs”, os primeiros supostamente instando os últimos a atacar os militares norte-americanos no Afeganistão.

O que foi que a parte russa respondeu? O chefe da diplomacia russa qualificou estas declarações como especulações de má-fé, que nada têm a ver com a realidade. Pediu que Washington apresente provas, o que tradicionalmente não aconteceu.

Mais do que isso, Serguei Lavrov acentuou que Moscovo está interessada na presença norte-americana no Afeganistão, inclusive no contexto da prevenção do deslocamento dos militantes para os países da Ásia Central.

Recomendaríamos aos funcionários de Washington a orientar-se pelas declarações do seu Presidente nestes assuntos, que tem afirmado várias vezes que os serviços de inteligência dos EUA não consideram verdadeiras estas informações.


Quanto à entrevista do Secretário Mike Pompeo ao canal Newsmax de 10 de agosto


Não pudemos deixar despercebidas as declarações pronunciadas pelo Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. Em recente entrevista ao canal Newsmax, ele disse que “os iranianos, os chineses e os russos fazem operações para influenciar a opinião pública nos EUA”, inclusive no contexto da campanha presidencial. Não ouvimos nada de novo nesta declaração quanto ao nosso país. Tal obsessão com a intervenção dos russos nos assuntos internos dos EUA parece uma coisa de Freud. Nos últimos anos, acusar a Rússia de todos os pecados mortais – da “interferência nas eleições” à “propagação de desinformação” – tem se tornado uma espécie de prática ritual para os políticos e funcionários norte-americanos.

Por nossa parte, não nos cansamos e não deixaremos de demonstrar que são absolutamente inventadas e não têm provas. Não existe, nem pode existir nenhuma prova de influência exercida pelo Estado russo nos processos eleitorais e outros nos EUA. O nosso país não faz isso, e invenções sobre “interferência” foram, desde o início, um produto da luta política norte-americana.

Claro que é triste que tais insinuações continuam a propagar-se ainda agora, quando os EUA e todo o mundo têm que lidar com o sério desafio do coronavírus e com as suas consequências sociais e económicas. Estamos convencidos de que é importante nestas condições unir os esforços da comunidade mundial, e não fazer reivindicações infundadas e politizadas a outros países.


Pentágono pretende ampliar presença militar na Roménia


Depois de o Pentágono ter anunciado a sua decisão de aumentar a presença militar na Polónia e nos países do Báltico, houve declarações de altos funcionários do comando norte-americano sobre planos dos EUA de implementar uma parte das unidades retiradas da Alemanha no território da Roménia. Washington não oculta que estas medidas integram os esforços de reforçar o dito “eixo Norte-Sul” que vai do Mar Báltico ao Mar Negro e visa ser a linha de “retenção” da Rússia. A Roménia é vista como plataforma chave de projeção de força na região do Mar Negro.

Fica evidente a clara tendência de reforço sistemático do agrupamento composto pelos EUA e a NATO na dita “zona de proximidade da frente”, que é o termo usado na Aliança para as fronteiras ocidentais da Rússia. Isso é para comentar o que está a acontecer de verdade, e não histórias inventadas da suposta interferência russa. É a rotina da política norte-americana de hoje em dia. Atualmente trata-se de instalação de contingentes significativos e de facto permanentes dos EUA e dos seus aliados na Europa Oriental, ou seja, em lugares onde nunca tinham existido. Chamar casuisticamente esta presença de “rotação permanente” não muda nada.

Se estes passos fossem feitos, ameaçariam as cláusulas presentes no Ato Fundamental NATO-Rússia de 1997, que tratam da obrigação de não implementar “forças substanciais de combate” em novos países membros da Aliança.

Tudo isso evidencia a pretensão dos EUA e dos seus aliados na NATO de continuar a política de criação duma “curva de tensão” ao longo da linha de contacto com a Rússia, prejudicando os interesses da segurança europeia.

Claro que a Rússia não deixará sem devida resposta semelhantes tentativas de provocação. Este facto deve ser levado em conta inclusive pelas capitais dos países do Leste da Europa que passam dias e noites a inventar coisas no sentido da russofobia, convidando soldados norte-americanos. Aconselhamos simplesmente a analisar os riscos e a pensar nas consequências.


Como os EUA incluem terroristas em listas nacionais


As autoridades norte-americanas continuam a ignorar o espalhamento das ideias neonazistas nos EUA, sem tomar medidas práticas para eliminar este problema.

Não pudemos deixar despercebida a recente decisão do Governo do Reino Unido de introduzir nas listas nacionais de terroristas o grupo neonazista internacional Feuerkrieg Division, cujos membros são na sua maioria cidadãos dos EUA. Contudo, esta organização está ausente da lista nacional norte-americana de estruturas terroristas. Paradoxalmente, os britânicos ficaram mais preocupados com esta questão do que os próprios norte-americanos, que, como percebemos, tentam transferir o foco do problema de si para outros países. Porque estou a falar disso? Porque há um tempo (mais ou menos dois meses), notámos que eles incluíram na lista de terroristas uma estrutura russa pouco conhecida, fazendo dela o primeiro dos ditos grupos de supremacistas brancos estrangeiros alvejados pelas sanções. Melhor tratem dos problemas com as suas organizações. Em vez duma estrutura russa pouco conhecida, poderiam introduzir a Feuerkrieg Division na sua própria lista. Porque não? Seria um passo relevante no sentido necessário.


MNE da Rússia e estabelecimentos estrangeiros criam conteúdos para site memorial


A 14 de fevereiro de 2018, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia e a Sociedade Histórico-Militar Russa assinaram o Acordo de Cooperação. Uma das áreas do seu cumprimento é a manutenção do site местопамяти.рф (“Lugar da Memória”) com informações e conteúdos sobre objetos memoriais russos (soviéticos) situados fora do território da Federação da Rússia.

Hoje, representações diplomáticas e estabelecimentos consulares da Rússia em mais de 50 Estados aderiram a esta plataforma da Sociedade Histórico-Militar Russa. O mapa interativo indica túmulos, monumentos, memoriais, inclusive os que não existem mais por uma ou outra causa.

Apelamos aos compatriotas residentes no estrangeiro, assim como aos estrangeiros que interessam-se pela história real, a participar ativamente neste projeto.


Congo comemora 60 anos da independência


A 15 de agosto, a República do Congo comemora o 60o aniversário da independência. Desde a chegada, no século XV, dos primeiros europeus vindos de Portugal, o território do atual Congo tornou-se um dos centros de comércio de escravos. Depois, no final do século XIX, os franceses assumiram o controlo do país. Em outubro de 1947, o Congo passou a ser Território Ultramarino da França, e em 1958, República Autónoma da Comunidade Francesa.

A partir da proclamação da independência, a URSS foi prestando diversa ajuda para fomentar o desenvolvimento do jovem Estado congolês, que em 1963 anunciou seguir o caminho socialista. Aquela época ficou simbolizada pelas empresas industriais, objetos de infraestrutura, instituições de saúde pública construídas com o apoio do nosso país. Centenas de especialistas civis e militares soviéticos trabalhavam no Congo, cerca de sete mil congoleses formaram-se nas universidades soviéticas, dezenas de milhares receberam formação profissional diretamente no Congo.

Hoje em dia, as relações multifacetadas entre a Federação da Rússia e a República do Congo continuam a desenvolver-se na tradicional atmosfera de amizade, confiança e respeito mútuo. Continua o diálogo político intenso, promove-se a cooperação comercial e económica, os contactos humanitários e culturais estão a ampliar-se. A visita a Moscovo do Presidente da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso a 23 de maio de 2019, deu um forte impulso à parceria russo-congolesa. No decurso da reunião entre o Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, com o chefe de Estado congolês, foram descritas as perspetivas do desenvolvimento da cooperação bilateral mutuamente vantajosa nas áreas de investimentos, comercial, económica, militar e humanitária. Em outubro de 2019, o Presidente da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso, participou na cimeira Rússia-África em Sochi.

Felicitamos sinceramente os nossos amigos congoleses pela sua festa nacional e desejamo-lhes paz, prosperidade e bem-estar!


Quanto ao 75o aniversário da Libertação da Coreia


A 15 de agosto, a República Popular Democrática da Coreia e a República da Coreia comemoram o 75o aniversário da libertação da península do domínio colonial japonês (1910-1945).

Esta festa comum do povo coreano é estreitamente ligada ao nosso país. Em agosto de 1945, durante a operação de libertação da Península Coreana, as tropas soviéticas, que lutaram lado ao lado com os patriotas coreanos, sofreram severas baixas. O nosso povo guarda a santa memória desta façanha guerreira dos heróis.

Na véspera da solene data, manifestamos a esperança de que o Sul e o Norte superem a alienação recíproca para continuar o caminho à prosperidade e ao bem-estar comum.

Apelamos a todos os Estados que participam no processo de resolução do conflito coreano, a unificarem os esforços em prol da paz duradoura e estabilidade na Península Coreana e no Nordeste da Ásia em geral.


Gabão comemora 60 anos de independência


A 17 de agosto, a República Gabonesa comemora o 60o aniversário da sua independência. Neste lapso de tempo, o país logrou consideráveis êxitos em termos de desenvolvimento democrático, formação dum sistema político estável e desenvolvimento económico.

A colonização do território do atual Gabão começou no final do século XV com a vinda dos europeus: portugueses, holandeses, franceses, espanhóis e ingleses. A partir da primeira metade do século XIX, começaram a surgir nestas terras os primeiros assentamentos permanentes franceses. A assinatura de tratados desiguais de “defesa e proteção por parte da França” com os chefes tribais locais permitiram Paris criar aqui uma colónia que durou mais de cem anos.

As relações diplomáticas, estabelecidas pelos nossos países a 15 de outubro de 1973, continuam a desenvolver-se com êxito em atmosfera de amizade, respeito mútuo e solidariedade. A Rússia e o Gabão mantêm diálogo político ativo, não deixam de ampliar a cooperação mutuamente vantajosa nas áreas política, técnico-militar, comercial, económica e humanitária conforme os acordos alcançados no decurso da reunião entre o Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, e o Presidente da República Gabonesa, Ali Bongo Ondimba em julho de 2018 em Moscovo, e também no âmbito dos contactos entre os representantes dos dois países no âmbito da cimeira Rússia-África em outubro de 2019 em Sochi.

Aproveito a ocasião para felicitar os nossos amigos gaboneses pela sua festa nacional e desejamo-lhes paz, prosperidade e bem-estar!


Indonésia comemora 75 anos de independência


A 17 de agosto, o povo indonésio comemora o 75o aniversário da independência.

Em 1945, o movimento de libertação nacional levou à proclamação da República da Indonésia. Assim terminou o período de domínio estrangeiro que iniciou ainda no século XVI, quando os portugueses, os ingleses e os holandeses tentavam por turnos obter o domínio sobre as lendárias Ilhas das Especiarias. Em 1920, o inteiro território da atual Indonésia era domínio colonial da Haia, chamando-se Índias Orientais Neerlandesas. A Segunda Guerra Mundial tampouco deixou os indonésios em paz, levando consigo a ocupação japonesa nos anos 1942-1945. A metrópole holandesa tardou até 1949 para reconhecer a soberania da Indonésia sobre a maior parte do país, e a transferência da parte ocidental da ilha da Nova Guiné à jurisdição de Jacarta só teve lugar em 1963.

A URSS desempenhou um papel importante no desenvolvimento do jovem Estado, prestando importante ajuda política e económica à República. Este ano é marcado pelo 70o aniversário do estabelecimento das nossas relações diplomáticas. As relações russo-indonésias desenvolvem-se tradicionalmente no espírito de respeito e confiança, e o potencial acumulado de cooperação mutuamente vantajosa evidencia parceria verdadeira.

Ao tornar-se um jogador visível no palco mundial, a Indonésia é ativo membro do Grupo dos Vinte, da Organização da Cooperação Islâmica (OCI), do Movimento Não Alinhado, de alianças essenciais da região Ásia-Pacífico, e agora passou a cumprir as funções de membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Na véspera da festa nacional, queremos desejar aos amigos indonésios paz, prosperidade e bem-estar!

Pergunta: Há progresso na retomada de viagens turísticas dos russos para o Montenegro?

Porta-voz Maria Zakharova: Como é sabido, a 7 de agosto, entrou em vigor a decisão do Governo local que liberaliza o regime de entrada para cidadãos da Federação da Rússia, que passa a integrar a “lista verde” dos Estados com situação epidemiológica relativamente boa. Contudo, os turistas russos devem possuir cartão de residência no Montenegro ou, antes de chegar, passar 15 dias num dos países da mencionada “lista verde”.

Claro que os alívios introduzidos evidenciam o desejo das autoridades montenegrinas de compensar as perdas colossais sofridas pelo setor turístico – que é o pilar da economia nacional – por conta da pandemia do coronavírus. Já os russos têm muitos anos sido o núcleo dos visitantes do Montenegro, um país muito popular entre os cidadãos russos.

Os viajantes devem levar em conta que a ameaça de recidiva de contágio em massa está longe de ficar no passado. Esta circunstância condiciona a preservação das medidas restritivas e profiláticas no nosso país, a escolha minuciosa dos destinos estrangeiros aptos para ser abertos para voos.

Tratando-se do Montenegro, é bom lembrar que a 21 de julho, este país balneário proclamou o regime comum de epidemia, vigente ainda hoje. A dinámica de propagação da doença possui trajetória ondulante, o que não permite emitir julgamentos fidedignos sobre a situação epidemiológica real. É necessário também ouvir estimativas externas. Assim, o Montenegro permanece ausente da lista elaborada pela União Europeia de Estados não membros da UE cujos cidadãos podem entrar à UE.

É óbvio que ao planear viagens estrangeiras, os russos devem avaliar a situação do ponto de vista médico, levar em conta as particularidades logísticas (hoje, a Rússia só tem comunicação aérea com a Turquia, o Reino Unido e a Tanzânia). É também, claro, preciso lembrar dos problemas relacionados ao lockdown e à impossibilidade de sair dos países situados em várias regiões do mundo, da epopeia vivida por todos nós no regresso dos cidadãos russos à Pátria.

Pergunta: A 14 de agosto, o Paquistão comemora o 73o aniversário da independência. O Paquistão e a Rússia mantêm diálogo político construtivo que favorece a criação de relações de amizade e entendimento mútuo. Como a senhora qualifica as relações entre os dois países em 2020?

Porta-voz Maria Zakharova: Aproveito a ocasião para felicitar o amigo povo do Paquistão pela festa do Dia da Independência, transmitindo os votos de paz, prosperidade e bem-estar.

Na etapa contemporânea, as relações russo-paquistanesas são uma parceria multifacetada, baseando-se na coincidência ou na proximidade das abordagens dos nossos países para com a maioria das questões chave da agenda internacional e regional.

O diálogo político estável é mantido a todos os níveis, inclusive ao alto e ao superior. Apesar da pandemia da Covid-19, que acarretou certas alterações para o horário dos nossos contactos políticos, enfocamos o cumprimento dos planos na medida da normalização da situação sanitária.

Aplicamos esforços para reforçar a parceria comercial e económica, inclusive através de projetos conjuntos na área energética. Esperamos que a construção do gasoduto Norte-Sul de Karachi para Lahore seja iniciada em breve.

A cooperação na área antiterrorista vem a ser de mais em mais dinâmica. A partir de 2016, o Paquistão e a Rússia hospedam, por turnos, exercícios conjuntos antiterroristas Amizade.

Amplia-se o campo de cooperação no palco internacional. As possibilidades adicionais neste sentido surgiram em 2017, quando o Paquistão tornou-se membro plenipotenciário da OCX. Temos em apreço o diálogo com Islamabade sobre o problema afegão, a participação ativa dos parceiros em mecanismos de apoio à solução do conflito no Afeganistão, inclusive o formato de Moscovo, o “trio” ampliado da Rússia, China e EUA com a participação do Paquistão e o Grupo de Contacto OCX-Afeganistão.

Pergunta: Para quando está prevista a nova ronda das negociações russo-turcas sobre a Líbia? Que temas serão abordados?

Porta-voz Maria Zakharova: Gostaríamos de observar que o problema líbio é objeto de discussão em contactos regulares de trabalho não somente com os parceiros turcos. Mantemos diálogo intenso de confiança sobre as áreas principais da solução política complexa com todas as partes interessadas, antes de tudo na própria Líbia. Trata-se das autoridades dos órgãos de poder vigentes e gestão no Oeste e no Leste do país, de representantes de forças políticas influentes, de líderes regionais importantes, de xeques das tribos.

Realizamos cooperação construtiva com a União Africana e a Liga Árabe, e também com os países partidários das nossas abordagens, antes de tudo os árabes e os europeus, que provam ser os mais ativos para com a Líbia. Partimos da premissa de que os esforços coletivos neste sentido devem basear-se nas decisões da Conferência Internacional sobre a Líbia em Berlim (19 de janeiro de 2020) e na Resolução 2510 do Conselho de Segurança da ONU que as apoia. Contudo, reservamos o papel coordenador principal à Organização das Nações Unidas.

Quanto à próxima ronda das consultas interministeriais russo-turcas sobre a Líbia, está prevista para agosto-setembro do ano corrente em Moscovo, em datas que convenham às partes. O acordo a este respeito foi alcançado no decurso da reunião anterior dos representantes russos e turcos neste formato, a 21-22 de julho do ano corrente em Ancara.


Corretamente as datas especiais
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