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Resumo do briefing realizado pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, Moscovo, 18 de maio de 2022

1050-18-05-2022

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, participa na reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos BRICS

 

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, participa, no dia 19 de maio, numa reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países BRICS que será realizada por videoconferência.

Os Ministros passarão em revista questões globais e regionais, bem como a problemática da manutenção da paz e segurança e da resolução de conflitos internacionais acesos. Concentrar-se-ão na coordenação das abordagens dos países BRICS em principais fóruns internacionais e na intensificação da cooperação no combate aos novos desafios e ameaças.

Os Ministros analisarão a parceria estratégica dos BRICS em três áreas-chave: política, económica e humanitária, em preparação à próxima 14ª cimeira da associação.

Por iniciativa da presidência chinesa, terá lugar uma reunião à parte no formato "BRICS-plus" com a participação dos Ministros dos Negócios Estrangeiros de alguns países em desenvolvimento.

 

Ponto da situação na Ucrânia

 

Prossegue na Ucrânia a operação militar especial que está a decorrer de acordo com o planeado, segundo a liderança russa afirmou várias vezes. Como resultado, novos e novos territórios estão a ser libertados dos nazis a cada dia. O pessoal militar ucraniano e os militantes da unidade nacionalista Azov entrincheirados nos bunkers subterrâneos da fábrica Azovstal começaram a render-se em Mariupol esta semana. De acordo com o Ministério da Defesa russo, nos últimos dois dias, 959 nacionalistas ucranianos, entre os quais 51 gravemente feridos, depuseram as armas e renderam-se. Os feridos estão a receber assistência médica no hospital de Novoazovsk, na República Popular de Donetsk, enquanto os outros foram alojados no centro de detenção pré-julgamento de Yelenovka, nos subúrbios de Donetsk. Note-se que, a 17 de maio, o centro foi bombardeado pelas Forças Armadas da Ucrânia que usou lançadores múltiplos de foguetes. O regime de Kiev tem sempre tratado desta maneira os seus cidadãos. O referido caso não foi exceção.

O comando russo afirmou repetidamente que a resistência não fazia sentido, abrindo corredores humanitários para a saída dos efetivos ucranianos da fábrica Azovstal depois de deporem as armas. Foram instados a cessar as hostilidades. Entretanto, o regime de Kiev estava a fazer tudo o que podia para impedir que os civis, militares e elementos nacionalistas ucranianos saíssem da fábrica. Porquê? Estava a fazer lavagem ao cérebro do público.

Foi a Rússia que instou a ONU a juntar-se à solução desta questão e a persuadir o regime de Kiev a deixar as pessoas abandonarem o local. Mais tarde, a Rússia organizou corredores humanitários em cooperação com a ONU e o Comité Internacional da Cruz Vermelha. Gostaria de salientar que a iniciativa de anunciar e abrir estes corredores foi nossa.

Todos os feridos estão a receber assistência médica profissional. Este facto está a ser deturpado nos meios de comunicação ucranianos e internacionais. Lembram-se das imagens que mostravam o tratamento dado pelos nacionalistas e militares ucranianos aos prisioneiros de guerra e que correram o mundo? Alguns ficaram horrorizados com aquilo que viram, outros fingiram não terem visto nada. Os prisioneiros de guerra russos foram mortos a tiro por nacionalistas ucranianos que se tornaram mais tarde parte das Forças Armadas da Ucrânia.

A Rússia demonstra uma atitude diferente. Estão a ver imagens em que os feridos ucranianos estão a receber assistência médica profissional. Não é uma ação de fachada, a assistência está a ser prestada a pessoas concretas, independentemente do seu curriculum. O direito humanitário não é apenas algo que respeitamos; é de importância fundamental para nós. Ninguém deve ter a menor dúvida sobre isto.

De acordo com os prisioneiros de guerra ucranianos, o comando militar da Ucrânia proíbe as tropas ucranianas de se retirarem ou de se renderem. O seu principal objetivo é causar os maiores danos possíveis à infraestrutura civil a fim de deixar para trás ruínas inabitáveis e dificultar o restabelecimento da vida pacífica. Esta não é a nossa propaganda, mas os depoimentos prestados por ucranianos nas últimas semanas.

Os nacionalistas, que há muito utilizam as táticas dos terroristas do EI, não hesitam em utilizar jardins de infância, escolas e hospitais como depósitos de munições e pontos de apoio. Não estão a esconder isto. Posam para fotos dentro de pré-escolas ou com edifícios pré-escolares no fundo para mostrar como lutam lá. Não permitem a retirada dos civis, tiram as pessoas dos seus apartamentos para montar ali as suas posições de tiro, mandam os civis descer às caves que são utilizadas por militantes como depósitos de armas. Há dias, os nacionalistas ucranianos começaram a trazer munições e implantaram sistemas de defesa antiaérea no território do estúdio cinematográfico de Odessa. Os militantes das unidades de defesa territorial vão de porta em porta para identificar pessoas que não compartilham a ideologia nacionalista.

São levadas para locais desconhecidos, não havendo nenhuma informação sobre o seu paradeiro.

Anteriormente, o governo municipal de Zaporozhye proibiu a retirada de civis sob o pretexto da segurança. Todas as tentativas de deixar a cidade em veículos privados ou a pé são coibidas pelas unidades de defesa territorial nos postos de controlo. Aqueles que resistem são espancados e têm os seus carros apreendidos e são mandados de volta a pé.

A 16 de maio, nacionalistas ucranianos bombardearam bairros residências da cidade de Kherson, usando lançadores múltiplos de foguetes "Smertch". A cidade não abrigava tropas russas, o que o lado ucraniano bem sabia. Isto significa que visavam especificamente os civis em retaliação por apoiarem as ações da Rússia. Este é outro crime de guerra cometido pelo regime de Kiev. Felizmente, a defesa antiaérea russa intercetou todos os 10 foguetes lançados pelos ucranianos.

Infelizmente, não vemos nenhuma reação de organizações internacionais, de países ocidentais e dos seus mass média aos métodos criminosos utilizados pelas Forças Armadas da Ucrânia. Isso porque não há nenhuma reação. Mais do que isso, os países ocidentais continuam a fornecer armas em grandes quantidades ao regime de Kiev. Consideramos isto como apoio direto aos neonazis e o seu desejo de fazer com que os combates durem o maior tempo possível. Não podemos ignorar o facto de que as armas ocidentais são utilizadas para matar militares russos e bombardear o território russo.

As remessas de armas chegam aos milhares de milhões de dólares, o que é comparável aos orçamentos militares de grandes países. Os EUA, o Reino Unido, a França, o Canadá, a Polónia e os países bálticos estão muito ativos em armar o regime de Kiev. Só Washington enviou ao regime de Kiev equipamento militar no valor de 3,8 mil milhões de dólares, montante próximo dos orçamentos militares da Áustria, Portugal e Finlândia. O Congresso dos EUA está a considerar um novo pacote de ajuda à Ucrânia avaliado em 40 mil milhões de dólares, dos quais cerca de 25 mil milhões se destinam ao equipamento militar. É metade do orçamento militar da Alemanha e da França. Gostaria de chamar a atenção dos norte-americanos não tanto para os montantes disponibilizados que podem ser equiparados aos orçamentos militares de alguns países, como para as necessidades do povo norte-americano. Os EUA têm com o que gastar este dinheiro. Se estes fundos fossem desembolsados a título de subsídios, ajuda financeira ou patrocínio ou de ajuda humanitária, isso poderia ser compreendido. Mas estas verbas destinam-se ao regime de Kiev para que este mate e dê continuidade a esta fase da crise.

Um número cada vez maior de armas fornecidas pelo Ocidente cai nas mãos da milícia de Donetsk e de Lugansk e das tropas russas como despojos de guerra. Entre as armas capturadas constam sistemas Javelin e Nlaw, mísseis terra-ar portáteis Starstreak e Stinger, drones Bayraktar, munições vagantes Switchblade, sistemas de luta radioeletrónica Skynet Longbow, obuses autopropulsionados CAESAR e PzH 2000s e obuses rebocados M777.

Personalidades oficiais da UE, EUA e Reino Unido continuam a dizer que "a vitória deve ser conquistada no campo de batalha", que "a Rússia deve sofrer uma derrota estratégica" e que "não se pode permitir que ela vença". Todas estas declarações agregadas ao cerco comercial e económico imposto ao nosso país e à guerra híbrida desencadeada contra o nosso país provam mais uma vez que, na Ucrânia, os países ocidentais estão a combater a Rússia enquanto a própria Ucrânia e os seus cidadãos são para eles um material de consumo ou, como os nossos parceiros chineses disseram, "bucha de canhão".

Travando uma guerra de informação, os países ocidentais não hesitam em utilizar mentiras descaradas, acusando o nosso país de provocar uma escassez alimentar global. Comentámos isto muitas vezes, citando factos, números e outras informações impossíveis de refutar. Acontece, porém, que ninguém tenciona refutá-los. As mentiras espalhadas pelo Ocidente não são passíveis de contestação, sendo demasiadamente absurdas para serem comentadas. Esquece-se que os fenómenos de crise no mercado alimentar mundial decorrem dos erros cometidos pelo Ocidente nas suas políticas macroeconómicas, energéticas e agrícolas. A pandemia do coronavírus também tem contribuído. Em meados de 2020, o Diretor Executivo do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, David Beasley, alertou para a ameaça de "fome de proporções bíblicas". As sanções unilaterais ocidentais contra a Rússia agravaram ainda mais esta tendência. Por outras palavras, milhões de pessoas terão de passar fome devido às ambições geopolíticas, ao egoísmo e à estupidez do Ocidente coletivo.

Ao mesmo tempo, estamos a assistir a um esforço dos supervisores ocidentais para retirar da Ucrânia tudo o que possa ser de algum valor. Esta é também uma repetição da história de há 80 anos. Centenas de camiões carregados de cereais cruzam a fronteira ucraniana rumo à Europa. O regime de Kiev exporta diariamente para a Europa por rodovias e ferrovias e pelo Danúbio para a Roménia, através do porto de Ismail, uma grande quantidade de produtos agrícolas em troca de armas.

Pensem no que está a acontecer. No meio das declarações do Ocidente coletivo (em que o regime de Kiev deve acreditar) sobre a fome iminente, os líderes da Ucrânia estão a livrar-se dos alimentos que são atualmente necessários aos ucranianos. Uma vez que o regime de Kiev não tenciona acabar com as hostilidades, as tropas ucranianas também precisam deles. No entanto, os produtos alimentares estão, em vez disso, a ser exportados para o estrangeiro. Para onde? Para os países da NATO. Em troca, os ucranianos recebem armas para que continuem a matar-se. Este não é nazismo. Naquela altura, ninguém chegou ao ponto de inventar algo semelhante. O que inventaram os ucranianos é algo mais aterrador, algo à beira das ideias maníacas, algo mais misantrópicos do que aquilo que se aplicava à população da Ucrânia, da Rússia e do resto da ex-URSS em meados do século XX. 

Trata-se de quantidades tremendas de cereais, milho, oleaginosas e animais de criação. No passado dia 10 de maio, o Presidente dos EUA, Joseph Biden, disse que Washington estava a pensar em como exportar da Ucrânia 20 milhões de toneladas de cereais, supostamente com o objetivo de fazer baixar os preços nos mercados mundiais. Sabem o quanto os EUA e a Casa Branca se preocupam com as necessidades das pessoas famintas em África e na Ásia, o quanto querem que todas as pessoas no mundo vivam uma vida melhor, comam bem e sejam mais ricas. Conhecemos o pacifismo norte-americano feérico e o seu desejo de fazer o bem a todos. Mas não é este o caso. Trata-se de roubar à Ucrânia, aos seus cidadãos e aos seus militares, as últimas coisas que têm. Washington não está obviamente preocupada com o que vai ficar para os ucranianos depois desta "festa". Os ucranianos não acreditavam em nós há 10 anos nem acreditavam em nós há cinco anos. Não é tempo de voltarem à razão? Não é tempo de entenderem que estão a ser privados das últimas coisas que têm? Produtos alimentares, cereais - os resultados do seu trabalho - estão a ser retirados do país. Quando estávamos na escola e na universidade, foi-nos dito que os nazis alemães haviam retirado para a Alemanha por ferrovia camadas férteis do solo ucraniano, tendo isso sido apresentado como manifestação suprema do seu ódio aos cidadãos soviéticos. Agora a lógica é ainda mais perversa: tirar aos ucranianos os frutos do seu trabalho numa altura em que o seu país está em guerra. 

Estamos a acompanhar com grande atenção a situação humanitária nas áreas libertadas e a ajudar a restabelecer a vida pacífica. Os militares russos estão a fazer trabalhos de desminagem em cidades e terras agrícolas. A Rússia forneceu à população das Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk e de várias regiões da Ucrânia 20,5 mil toneladas de bens de primeira necessidade, alimentos, medicamentos e dispositivos médicos.

Lamentamos que os EUA, o Reino Unido e países europeus estejam a apoiar e a patrocinar aqueles que estão a pregar na Ucrânia as ideias do nacionalismo agressivo e do neonazismo, continuando a fornecer armas ao regime de Kiev e a roubar o povo ucraniano. No entanto, os seus esforços não irão alterar a situação.

Como a liderança russa disse várias vezes, os objetivos da operação militar russa de desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia, de defender as Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk e de remover as ameaças à sua segurança da Rússia serão cumpridos.

 

Sobre o envolvimento de menores nas atividades de unidades nacionalistas ucranianas

 

Com a expulsão dos nacionalistas da Região de Donbass, tornam-se conhecidos novos factos de envolvimento de menores de idade nas suas atividades. Temos afirmado repetidamente que as organizações de extrema direita que operam sob o patrocínio do regime de Kiev têm disseminado sistematicamente o extremismo entre os menores a fim de implantar as ideias do nacionalismo beligerante na sociedade ucraniana.

Os neonazis da unidade Azov começaram a recrutar menores de idade em grande escala em 2015, quando, por iniciativa do líder do Corpo Nacional Andrey Biletsky, criaram "colónias de férias infantis" do Corpo de Jovens. Em 2015, acolheram crianças com idades compreendidas entre 9 e 18 anos, e, desde 2016, entre 7 e 18 anos.

Em 2018, no Corpo Nacional foi criado um braço juvenil militar chamado "Esquadrões Nacionais" que contavam com centenas de jovens com mais de 14 anos de idade. Os instrutores da unidade Azov ensinaram-nos a lutar contra os "inimigos da Ucrânia" e a usar armas de fogo.

O Corpo de Jovens é financiado com recursos públicos ucranianos. Não vos faz lembrar nada? Em 2019, as organizações associadas ao Corpo Nacional receberam 17.000 dólares para a realização de eventos para crianças e jovens. Estamos a vê-lo e sabemos que tipo de valores as pessoas que ostentam insígnias da unidade Azov e símbolos nacionalistas e neonazis estão a ensinar aos jovens. Existem campos de treino para adolescentes como Azovets, Bukovynets e Dnepryanin em diferentes regiões do país. Os adolescentes foram recrutados através das redes sociais e aplicativos de mensagens.

Testemunhas oculares dizem que os neonazis do grupo Azov não se limitaram às "colónias de férias infantis", tendo expandido as suas fileiras recrutando órfãos menores. Prova disso é o caso do orfanato Piligrim, em Mariupol. Os elementos do grupo Azov ensinaram às crianças do orfanato atividades militares, treinando-as igualmente no tiro de precisão. Segundo os mass media, em 2014, crianças do orfanato Piligrim ajudaram o exército ucraniano a abrir trincheiras nos arredores de Mariupol e a construir postos de controlo em outubro daquele mesmo ano. Segundo habitantes da cidade, durante os acontecimentos entre fevereiro e abril de 2022, o Centro de Reabilitação das Crianças "República Piligrim" foi transformado no quartel-general das unidades de defesa territorial, do grupo Azov e de outros grupos extremistas. Há provas em vídeo que mostram que os adolescentes do orfanato Piligrim participaram nos combates do lado dos neonazis e incendiaram casas de civis.

"O orfanato Piligrim, em Mariupol, pertencente ao grupo neonazi ucraniano Azov é um protótipo da Ucrânia que os nazis queriam construir e no que inevitavelmente se tornaria se não fosse a operação especial das Forças Armadas russas", disse Aleksei Selivanov, antigo (até 2014) Conselheiro do Ministro da Defesa da Ucrânia e Chefe Adjunto da Direção-Geral do Ministério do Interior para a Região de Zaporozhye. Esta é uma opinião de um homem que serviu nas Forças Armadas da Ucrânia.

Segundo Aleksei Selivanov, o orfanato Piligrim é um quadro de toda a Ucrânia. Para ele, é por isso que o orfanato onde as crianças foram transformadas em militantes é uma prova de que algo deve ser feito com este projeto ucraniano.

Os factos citados mostram claramente que a Ucrânia violou as suas obrigações ao abrigo do Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativamente ao envolvimento de crianças em conflitos armados. Ao ratificar este documento internacional em 2005, a Ucrânia declarou que a idade mínima para o alistamento voluntário (sob contrato) nas forças armadas nacionais era de 19 anos.

Apelamos às organizações internacionais especializadas como a ONU e a OSCE, bem como ao Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para as Crianças em Conflitos Armados para que prestem especial atenção às atividades do regime de Kiev para o envolvimento de crianças em organizações criminosas neonazis e a disseminação de ideias radicais entre menores de idade.

Não há necessidade de dizer que estas crianças foram às barricadas em fevereiro de 2022 tomadas de patriotismo. Elas foram treinadas para lutar durante muitos anos pelos nacionalistas dos batalhões nacionalistas.

 

Países ocidentais acusam Rússia de ataques cibernéticos contra as infraestruturas de comunicações ucranianas

 

O Ocidente continua a tentar retratar a Rússia como ciberagressor. É através deste prisma que encaramos as declarações feitas a 10 de maio de 2022 pelas diplomacias dos EUA, do Reino Unido e dos seus aliados em que nos acusam de ciberataques contra a infraestrutura de comunicações ucraniana em fevereiro de 2022. Como era de esperar, nenhumas provas foram apresentadas. As acusações apresentadas seguem a famosa lógica "highly-likely" (altamente provável).

As capitais ocidentais fazem-se passar por supremos árbitros dos destinos da humanidade no ciberespaço, produzindo acusações que nada têm a ver com a realidade. Devem estar a pensar que esta provocação antirrussa também não terá nenhuma consequência para elas e que todos os países terão esta propaganda como motivo suficiente para levar à justiça os culpados arbitrariamente indicados pela administração dos EUA. Após esgotarem o potencial de sanções, estão agora a recorrer a outros estratagemas do seu rico legado cinematográfico, prometendo pagar bem àqueles que testemunhem a favor das acusações lançadas por Washington.

Obviamente, a política de intimidação e engano visa camuflar as tentativas fúteis dos EUA de impor a sua visão da ordem política internacional, esconder as suas falhas na proteção de dados pessoais e do direito à privacidade e a sua incapacidade de fazer com que as autoridades competentes cooperem entre si de forma construtiva para fazer frente às atividades ilegais na área das TI, e de dar assim continuidade, por meio de empresas e entidades filiadas aos serviços secretos, à sua ditadura digital em relação à sua própria população e a cidadãos de outros países e à pilhagem dos seus recursos intelectuais.

 

Alegações da UE sobre a "responsabilidade" da Rússia pela insegurança alimentar global

 

A UE, os EUA e os seus apoiantes desencadearam uma campanha para acusar a Rússia de provocar uma crise alimentar global. A tese principal é que as ações de Moscovo na Ucrânia, incluindo o "bloqueio" das exportações de cereais ucranianas através dos portos do Mar Negro, estão a casuar uma escassez de alimentos e a fome nos países mais pobres do mundo. Sabemos como o "Ocidente coletivo" está a "ajudar" estes países. Estão a considerar formas de transformar países normais em países pobres (transportando cereais para os seus países), e nunca ou quase nunca pensam nos países mais pobres.

Como é habitual, Bruxelas está a enganar a comunidade internacional distorcendo descaradamente as causas da situação atual. A UE está abertamente a tentar explorar o tema da "responsabilidade" da Rússia pela deterioração da segurança alimentar mundial para convencer outros países a apoiarem as políticas anti-russas do Ocidente. Dizem simplesmente aos países que têm uma posição neutra e equilibrada que existe uma escassez extrema de alimentos na sua região e que esta situação pode ser remediada se estes países assumirem a posição antirrussa. Pedem-lhes que assinem alguns documentos, votem “corretamente” em fóruns internacionais ou façam uma declaração necessária para que os alimentos voltem a aparecer nas prateleiras. Coisas clássicas, não há nada de novo. Ao mesmo tempo, Bruxelas está a utilizar chantagem aberta, oferecendo alimentos por lealdade. As coisas ainda não chegaram a uma grosseira interferência, não se podendo, porém, excluir esta hipótese no plano ideológico nem político. Os países estão a ser forçados, com a ajuda dos meios de comunicação social, a fazer uma escolha.

Entretanto, a UE nada fez para evitar a "crise ucraniana" e continua a enviar armas ao regime de Kiev, sendo, portanto, responsável pelas tensões no mercado alimentar mundial. Existem muitos indícios que apontam para isso.

A UE declarou uma guerra comercial e económica total à Rússia, cedendo à pressão de Washington que se orgulha disso e não se preocupa com o facto de a Rússia está entre os maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas básicos (como trigo, cevada, sementes de girassol e culturas forrageiras), que não têm ou têm muito poucas alternativas, e de fertilizantes. Os principais destinos das nossas exportações acima referidas são países de baixo rendimento que estão em risco de enfrentar uma escassez alimentar. Os políticos da UE não se preocupam com isto, porque nunca foram chamados à responsabilidade.

A rutura das cadeias comerciais, logísticas e financeiras e, consequentemente, um aumento acentuado dos preços dos alimentos em todo o mundo são um resultado direto do aumento irresponsável da pressão sancionatória sobre a Rússia. Os acordos bancários da Rússia e os voos de e para os países da UE estão bloqueados. Não é uma consequência direta da situação criada no mercado alimentar? Só aqueles que vivem no vácuo podem raciocinar deste modo. Bruxelas impôs restrições sem precedentes às exportações de fertilizantes russos e sanções individuais contra os principais produtores e exportadores russos de fertilizantes. O objetivo declarado é minar a economia da Rússia, o seu sector agroindustrial que tem apresentado ritmos de crescimento impressionantes nos últimos anos. Cegos pelo ódio à Rússia, os políticos de Bruxelas não tomaram em consideração as consequências para os países que dependem tradicionalmente das nossas exportações. Quando tomaram consciência do que aconteceu, tentaram transferir as culpas para a Rússia. Isso já está além do bem e do mal.

Alegando cinicamente estar preocupada com questões humanitárias, Bruxelas oferece-se para ajudar. Este é o seu estilo predileto: adoram criar problemas e depois pensar em como resolvê-los. A questão é saber quem deve resolvê-los. O chamado Plano “Caminhos de Solidariedade” apresentado há dias pela Comissão Europeia e destinado a ajudar a Ucrânia a exportar os seus cereais faz lembrar um plano de apreensão de produtos agrícolas. De facto, Bruxelas anunciou uma campanha de mobilização para exportar os cereais ucranianos disponíveis para a UE. Quando a Ucrânia, incitada pelo Ocidente, relatava a Grande Fome (período de fome na Ucrânia Soviética – N. da R.) e como os cereais eram apreendidas à população nos anos estéreis de cereais, apresentando-o como genocídio dos ucranianos, os ocidentais aplaudiam-na e encontravam novos e novos pretextos para acusar a Rússia de pecados inexistentes. E o que dizer da situação atual? Eles próprios declararam que a “época de fome” está a chegar. Porque é que estão então a tirar os últimos estoques de cereais à Ucrânia? É impossível acreditar nisso, mas é um facto. Não encontro outro nome senão apreensão para designar este plano da UE.

O plano da UE prevê a criação de vias alternativas para exportar produtos agrícolas ucranianos para a UE e outros países, porque a rota marítima foi bloqueada por culpa de Kiev. A UE facilitará as formalidades, enviará camiões, vagões e navios graneleiros adicionais para junto da fronteira ucraniana para exportar os cereais ucranianos, suspenderá por um ano os impostos de importação para os produtos ucranianos. Levem o que puderem, não é? Levem tudo o que ainda resta na Ucrânia, não é? Boa história.

Bruxelas encara a exportação maciça de cereais da Ucrânia como parte do seu "objetivo geoestratégico fundamental". A UE pretende alcançá-lo, apesar de os peritos internacionais preveem uma quebra na produção de cereais na Ucrânia neste ano. Fazem previsões pessimistas e, ao mesmo tempo, tiram os últimos estoques. Para apresentar isto como ato nobre, Bruxelas tenta justificar-se dizendo que deseja proteger o mundo da Rússia que quer alegadamente tirar partido do problema em termos de segurança alimentar global por ela criado, "roubar" a fatia da Ucrânia no mercado global e ganhar peso geopolítico no seu confronto com o Ocidente, fornecendo alimentos aos países pobres mais vulneráveis. Isto é desumano. Gostaríamos de dizer aos nossos vizinhos da UE: este método não é nosso, é vosso.

A alta impetuosa dos preços dos cereais, das culturas forrageiras, e dos fertilizantes, para não mencionar a energia, e a falta de rentabilidade das empresas agrícolas e pesqueiras eram uma grande preocupação para os Estados membros da UE muito antes da crise atual. Deem uma vista de olhos às vossas próprias declarações, relatórios e programas de televisão. Nos finais de março passado, uma cimeira da UE adotou uma decisão sobre a necessidade de garantir a acessibilidade dos alimentos nos países comunitários. Passadas algumas semanas, a Comissão Europeia apresentou uma iniciativa detalhada de levar, o mais rapidamente possível, da Ucrânia 20 milhões de toneladas de cereais ucranianos. Esta quantidade pode prejudicar muito a segurança alimentar da Ucrânia. Contudo, Bruxelas, que se orienta pelo princípio "quanto pior para a Ucrânia, melhor para o Ocidente", não está muito preocupada com isso.

Instamos a comunidade internacional a não sucumbir às provocações ocidentais, a ver a realidade e a confiar nos factos, uma vez que o Ocidente está disposto a utilizar os problemas globais da segurança alimentar, que ele próprio está a criar e que não surgiram ontem, para satisfazer os seus interesses políticos. Ele foi sempre assim. A tese do "Ocidente coletivo" é a seguinte: acusam-nos de alguma coisa dizendo que é muito provável que o tenhamos feito isso porque "sempre o fizemos". Utilizam a palavra "sempre", não citando, contudo, nenhum exemplo. Hoje também não apresentam nenhuma base probatória. O Ocidente está agora a saquear a Ucrânia, tal como o Ocidente colonial saqueou outros países no passado, levando o que precisou. Está a fazer exatamente o mesmo agora.

 

Investigações em matéria de guerra biológica na Ucrânia

 

A Federação da Rússia obteve materiais que confirmam que laboratórios biológicos na Ucrânia que operam com o apoio da Agência de Redução de Ameaças de Defesa (DTRA), do Pentágono, e das suas empresas afiliadas, a Ballack and Watch e a CH2M Hill, realizam investigação em matéria de guerra biológica em violação dos os Artigos I e IV da Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção e Armazenamento de Armas Bacteriológicas (Biológicas) e Toxínicas e sobre a sua Destruição (CPAB).

A investigação sobre agentes patogénicos perigosos e altamente perigosos foram realizadas no interesse do Centro Nacional de Inteligência Médica do Pentágono, tendo o Laboratório Central de Referência BSL-3, sediado no Instituto Ilia Mechnikov de Investigação Científica de Peste da Ucrânia, em Odessa, desempenhado o papel fundamental nestes programas.

Os seguintes centros de investigação científica estiveram também envolvidos:  

- Em Kiev: o Instituto de Investigação Científica de Diagnóstico Laboratorial e Perícia Veterinária e Sanitária, o Instituto de Medicina Veterinária da Academia das Ciências Agrárias e a Central de Fiscalização Sanitária e Epidemiológica do Ministério da Saúde da Ucrânia;

- em Lvov: o Instituto de Investigação em Epidemiologia e Higiene do Ministério da Saúde da Ucrânia, o Laboratório Estatal de Medicina Veterinária e o Centro Regional de Controlo e Prevenção de Doenças do Ministério da Saúde da Ucrânia;

- em Dnepr: o Laboratório Regional Estatal de Medicina Veterinária;

- em Kherson: o Centro Regional para o Controlo e Prevenção de Doenças;

- em Ternopol: o Laboratório da Central de Fiscalização Sanitária e Epidemiológica;

- em Uzhgorod: o Centro Regional de Laboratórios da Transcarpátia do Ministério da Saúde ucraniano;

- em Vinnitsa: o Centro Regional de Laboratórios do Ministério da Saúde ucraniano;

- em Kharkov: o Centro Nacional de Investigação Científica “Instituto de Medicina Veterinária Experimental e Clínica”.

Trinta laboratórios ucranianos instalados em 14 povoações ucranianas estiveram envolvidos nas atividades biológicas em larga escala para fins militares na Ucrânia. O cartão de registo do programa foi assinado pelo Secretário de Estado Adjunto do Gabinete de Ministros da Ucrânia, Viktor Polishchuk.  O quadro legal foi garantido pelo acordo entre o Departamento de Defesa dos EUA e o Ministério da Saúde da Ucrânia sobre a cooperação na prevenção da proliferação de tecnologia, agentes patogénicos e conhecimentos especiais que poderiam ser utilizados para o desenvolvimento de armas biológicas. O CR apresenta como parte contratante é a Agência de Redução de Ameaças de Defesa do Pentágono e uma listagem de instalações biológicas.

Os funcionários empregados para trabalhar com agentes patogénicos perigosos na Ucrânia eram de nacionalidade norte-americana e gozavam de imunidade diplomática. O grupo incluía peritos em armas biológicas que estabeleceram contactos com especialistas ucranianos que haviam participado em programas de guerra biológica soviética. Por exemplo, a implementação do Projeto UP-8, que estuda a febre hemorrágica Crimeia-Congo e Hantavírus, mostra que todas as investigações importantes de alto risco foram diretamente supervisionadas por especialistas norte-americanos.

Os documentos obtidos permitem-nos afirmar que os laboratórios biológicos ucranianos (incluindo divisões da Direção Central de Vigilância Sanitária e Epidemiológica do Ministério da Defesa ucraniano) se dedicavam a melhorar as propriedades patogénicas dos agentes causadores de peste, antraz, tularemia, cólera e outras doenças mortais, utilizando métodos de biologia sintética.  

A ordem, de 24 de fevereiro passado, do Ministério da Saúde da Ucrânia para destruir os stocks de agentes patogénicos perigosos e especialmente perigosos armazenados em instalações biológicas mostrada publicamente confirma que o regime de Kiev tentou destruir todos os vestígios destas atividades. A análise das atas de destruição confirma que estas instalações trabalharam com a peste, antraz, leptospirose e agentes de brucelose. Só no laboratório de Lvov foram destruídos 232 contentores com agentes de leptospirose, 30 com agentes de tularemia, 10 com agentes de brucelose e 5 com agentes patogénicos da peste, no total, mais de 320 contentores. A nomenclatura e a grande quantidade excessiva de agentes patogénicos mostram que, na Ucrânia, foram realizadas atividades no âmbito de programas de armas biológicas, em violação do Artigo 1º da CPAB.

Temos também provas de que dois laboratórios biológicos de Mariupol trabalharam para o Pentágono. A análise preliminar dos documentos obtidos mostra que Mariupol serviu de centro regional para a recolha e classificação dos agentes causadores da cólera. As estirpes selecionadas foram enviadas para o Centro de Saúde Pública de Kiev encarregado de encaminhar os matérias biológicos aos EUA. Realizadas desde 2014, estas atividades são comprovadas pelas atas de entrega de estirpes. Porque é que começaram em 2014? Porque naquele ano foi perpetrado um golpe de Estado que acabou com a independência da Ucrânia na tomada de decisões, e na supervisão e análise de atividades do gênero. Responsáveis dos EUA, Canadá e outros países da NATO chegaram à Ucrânia para supervisionar as principais áreas da política interna, externa e económica e de todas as coisas relacionadas com a defesa, assuntos militares e estratégicos, etc.

No laboratório sanitário e epidemiológico, foi encontrada uma ata de destruição da coleção de microrganismos patogénicos datada de 25 de fevereiro passado, segundo a qual o laboratório trabalhou com os agentes causadores da cólera, tularemia, antraz.

Parte da coleção do laboratório veterinário não foi destruída devido à pressa. A presença de agentes patogénicos não veterinários (febre tifoide, febre paratifoide e gangrena gasosa) é intrigante e suspeita. Isto pode evidenciar o envolvimento do laboratório num programa de atividades biológicas para fins militares.

Temos todos os motivos para dizer que as principais atividades da Agência de Redução de Ameaças de Defesa na Ucrânia incluíram a recolha e exportação de estirpes de microrganismos perigosos para os EUA, bem como os estudos sobre possíveis agentes de armas biológicas específicas para as regiões que têm focos naturais e são capazes de transmissão aos humanos. Para recolher e estudar material biológico da população local, principalmente das regiões leste do país, dois laboratórios móveis foram enviados para a Região de Donbass em 2020. Neste caso, o empreiteiro foi a empresa Ballack and Watch.

Com a ajuda da Agência de Redução de Ameaças de Defesa, até 2020, os laboratórios de Kiev, Kharkov e Odessa participaram na concretização do projeto UP-4 que visava estudar a possibilidade de propagação de infeções particularmente perigosas (gripe altamente patogénica A H5N1 com uma mortalidade humana até 50%, bem como a doença de Newcastle das aves) através de aves selvagens que migram entre a Ucrânia, Rússia e outros países da Europa de Leste.

De acordo com os documentos obtidos, os EUA planearam realizar este ano na Ucrânia trabalhos sobre agentes patogénicos de aves, morcegos e répteis para estudar a possibilidade de serem portadores de peste suína africana e antraz (projetos P-781, UP-2, UP-9, UP-10). Os estudos neste campo eram de natureza sistemática, realizando-se desde, pelo menos, 2009 sob a supervisão direta de peritos dos EUA no âmbito dos projetos P-382, P-444 e P-568. O chefe do escritório da Agência de Redução de Ameaças de Defesa junto da Embaixada dos EUA em Kiev foi um dos supervisores destas atividades.

Um dos objetivos do projeto UP-2 era identificar locais de enterramento de animais mortos de antraz e recolher amostras do solo. Dado que a situação do antraz na Ucrânia era favorável, surge a pergunta sobre o verdadeiro objetivo da investigação realizada pelo Pentágono. Gostaria de lembrar aos "conhecedores” da geografia da NATO (refiro-me àqueles que acreditam que o Mar Báltico e o Mar Negro são um lago único) que os EUA não têm fronteiras com a Ucrânia. Quem me dera poder encontrar uma, mas não existe nenhuma. As tentativas do Pentágono de justificar as suas ações com o de proteger o seu país são em vão. Também não é coincidência que os biólogos militares norte-americanos tenha tido interesse em estudar insetos portadores de doenças em locais de enterro de animais: durante o surto de antraz de 2016 na Rússia, foram registados casos de transmissão da doença por moscas e mutucas.

Além disso, a 9 de março passado, as Forças Armadas da Federação da Rússia descobriram na Região de Kherson três drones equipados com recipientes de 30 litros e equipamento para dispersão de substâncias. Nos finais de abril, foram encontrados outros 10 drones semelhantes perto da cidade de Nakhodka. Anteriormente, o lado russo tinha mostrado documentos que confirmavam que a Ucrânia tentava persuadir a empresa fabricante de drones Bayraktar a equipar os seus produtos destinados à Ucrânia com equipamento para dispersão de substâncias.

Mais de quatro mil pessoas estiveram envolvidas nas investigações no âmbito do projeto UP-8. De acordo com os meios de comunicação social búlgaros, cerca de 20 soldados ucranianos foram mortos e outros 200 foram hospitalizados em consequência das experiências realizadas pelo laboratório de Kharkov. Note-se que tais trabalhos são proibidos em território dos EUA, pelo que o Departamento de Defesa dos EUA os realiza noutros países. Que países? Que permite fazê-lo, que não têm leis nem aqueles que possam aplicar e fazer cumprir esta lei. Neste caso, é a Ucrânia.

Verificou-se que preparados biológicos potencialmente perigosos foram testados em pacientes do hospital psiquiátrico № 3 da cidade de Kharkov. Há também informações que revelam detalhes das experiências desumanas do Pentágono em pacientes de nacionalidade ucraniana do hospital psiquiátrico № 1 (da aldeia de Estrelece, na Região de Kharkov).

Os resultados dos estudos de doenças fatais (cólera, varíola, antraz, toxinas botulínicas) foram enviados para centros biológicos militares dos EUA, entre os quais o Instituto de Investigação de Doenças Infeciosas, o Instituto de Investigação do Exército Walter Reed, o Centro de Investigação Médica Naval e os laboratórios militares de Fort Detrick, anteriormente locais-chave para o programa de armas biológicas dos EUA. A principal tarefa dos virologistas dos EUA era analisar as amostras recolhidas para identificar a modificação genética dos agentes patogénicos e avaliar a sua virulência, patogenicidade e resistência aos medicamentos.

Note-se que cerca de 2.000 amostras de soro de sangue de cidadãos ucranianos de etnia predominantemente eslava foram enviadas para os EUA, o Reino Unido e a Alemanha. Mais de 140 contentores com ectoparasitas de morcegos, pulgas e carraças foram entregues à Alemanha.

Os programas foram financiados diretamente pela Agência de Redução de Ameaças de Defesa no âmbito do projeto “Combate às Ameaças Patogénicas Particularmente Perigosas na Ucrânia” do Departamento de Defesa dos EUA (o projeto vai durar até 2024, sendo o seu principal empreiteiro a empresa norte-americana CH2M Hill) e através do Centro de Ciência e Tecnologia da Ucrânia. No total, mais de 1,5 mil milhões de dólares foram disponibilizados para projetos biológicos ao longo dos últimos 10 anos. Um dos investidores envolvidos nestas atividades é o fundo Rosemont Seneca, que tem recursos financeiros de pelo menos 2,4 mil milhões de dólares. Tem uma ligação estreita com os principais empreiteiros do Departamento de Defesa dos EUA como a Metabiota, que, juntamente com a Ballack and Watch, é o principal fornecedor de equipamento para os laboratórios biológicos do Pentágono em todo o mundo.

Segundo informações disponíveis, no início de março passado, a Agência de Redução de Ameaças da Defesa informou o alto oficialato do Pentágono de que as instalações de investigação biológica dos EUA na Ucrânia eram uma fonte de grande perigo para a Europa, dadas as hostilidades em curso em território ucraniano.

Outro perigo é o de que o trabalho realizado na Ucrânia no interesse do Departamento de Defesa dos EUA em agentes patogénicos perigosos e altamente perigosos era acompanhado de perto desde o início por grupos nacionalistas ucranianos. Caso sofram uma derrota militar, os nacionalistas podem utilizar estes materiais para as táticas de terra calcinada.

Além disso, durante a operação militar especial, foram obtidos materiais que evidenciam que, em 2020, o agente causador da tuberculose multirresistente foi usado no distrito de Watch da República Popular de Lugansk para infetar a população local, incluindo menores de idade. O agente foi distribuído através de folhetos feitos sob a forma de notas de dinheiro falsas. De acordo com o relatório da Central de Vigilância Sanitária e Epidemiológica da República Popular de Lugansk, "...a infeção das notas de dinheiro falsas foi muito provavelmente realizada artificialmente, pois o material contém estirpes extremamente perigosas do agente patogénico em concentrações capazes de garantir a infeção e o desenvolvimento do processo tuberculoso...". Segundo o médico chefe do Dispensário Antituberculosa da República Popular de Lugansk, "...tudo aponta para uma contaminação intencional e artificial dos folhetos com material biológico altamente patogénico...". Sabem que testes estão agora a fazer os ucranianos que chegam aos países da UE? Os da tuberculose. Porquê? Porque eles sabem o que as estruturas da NATO estavam a fazer ali.

A Agência de Redução de Ameaças de Defesa sugeriu aos dirigentes do Pentágono que tomassem medidas adicionais para monitorizar a situação epidemiológica na Ucrânia e países europeus vizinhos. Caso sejam detetados surtos de doenças infeciosas perigosas, recomenda-se que as Forças Armadas russas sejam imediatamente acusadas de "ataques a instalações médicas e de investigação" ou que os surtos sejam atribuídos às ações de "grupos subversivos russos”. Para tanto, foram criados canais de comunicação necessários com parceiros do Pentágono na Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia.

De acordo com as informações disponíveis, a Agência de Redução de Ameaças de Defesa exigiu que o Ministério da Defesa e o Ministério da Saúde da Ucrânia destruíssem com garantia todo o material remanescente relacionado com as investigações biológicas na Ucrânia. Os ucranianos que se encontram atualmente em território da UE, incluindo aqueles atingidos pela tuberculose, não são vítimas de ataques aéreos às instalações de investigação ucranianas patrocinadas pelo Pentágono. Eles são simplesmente portadores. Porque estas atividades foram realizadas pelos EUA no território onde viviam. A Agência receava que, se a informação sobre os resultados das experiências chegasse às mãos do lado russo, a comunidade internacional a acolhesse como violação da CPAB pelos EUA. A maior parte dos documentos foi evacuada dos laboratórios de Kiev, Odessa e Kharkov para o Instituto de Investigação de Epidemiologia e Higiene e para as missões diplomáticas dos EUA em Lvov.

Os materiais obtidos pela Federação da Rússia permitem afirmar sem rodeios que os laboratórios biológicos instalados em território ucraniano nas imediações da Rússia estavam a desenvolver armas biológicas com o apoio de empresas privadas norte-americanas filiadas ao Departamento de Defesa dos EUA. A destruição urgente de agentes patogénicos altamente perigosos foi necessária para evitar que as violações dos Artigos I e IV da CPAB pelos EUA se tornassem do conhecimento público. Assim foi confirmado que as repetidas reclamações da Rússia sobre as atividades biológicas para fins militares dos EUA e dos seus aliados nos países pós-soviéticos tiveram razões de ser.

Preparamo-nos para pôr em ação os mecanismos estipulados nos Artigos V e VI da CPAB, segundo os quais os Estados Partes devem consultar-se mutuamente sobre qualquer questão relacionada com o objetivo da Convenção ou com a aplicação das suas disposições e cooperar entre si na investigação de eventuais violações da CPAB.

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