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Deturpar a memória da verdadeira história da Segunda Guerra Mundial é uma mina de ação retardada, disse porta-voz Maria Zakharova no habitual briefing semanal em Moscovo, 16 de dezembro de 2020

2251-16-12-2020

Pandemia não dá indícios de desacelerar no mundo 


A segunda e, nalguns países a terceira, vaga da pandemia não apresenta indícios de diminuir. Os números de infetados e de óbitos no mundo, mais de 70 milhões e mais de 1,6 milhões respetivamente, são uma prova disso. Os sistemas de saúde de muitos países estão sob pressão crescente, o pessoal médico trabalha no limite das suas forças e capacidades. O quadro global é uma prova disso. 

Com as festas do fim do ano a aproximarem-se, os governos da maioria dos países, sobretudo europeus, endurecem medidas de quarentena, restringindo, ao máximo, as atividades do sector dos serviços e entretenimento e os contactos entre pessoas e proibindo a realização de eventos de massa.

Tendo em conta a situação epidemiológica extremamente grave em muitos países, inclusive os destinos turísticos mais procurados pelos viajantes russos, exortamos novamente os cidadãos nacionais a levarem em consideração os riscos ao planearem as suas viagens internacionais. Caso não consigam adiar a sua viagem internacional, informem-se antecipadamente das condições de entrada no seu país de destino e sigam as regras estabelecidas, inclusive aquelas referentes à apresentação dos resultados dos testes PCR necessários para cruzar a fronteira e embarcar no avião. Muitos cidadãos nacionais ficam surpresos ao saber à chegada que as autoridades do seu país de destino exigem a apresentação destes documentos ou submetem-nos a um teste adicional. Repito, cada país impõe o seu próprio regime de entrada condicionado pela pandemia de coronavírus.

 

Ministro Serguei Lavrov reunir-se-á como o Enviado Especial do Presidente da República da Coreia

 

No dia 17 de dezembro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, receberá Woo Young-Kyung, Enviado Especial do Presidente da República da Coreia, Moon Jae-in, com quem debaterá a agenda bilateral no contexto do 30º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países a ser assinalado este ano. 

Será dispensada especial atenção às perspetivas da ampliação da cooperação na área de economia, comércio, investimento e relações humanitárias, além da articulação no combate à propagação da infeção pelo novo coronavírus. 

As partes pretendem trocar opiniões sobre algumas questões da agenda internacional, com destaque para a situação na Península da Coreia e no Nordeste Asiático.

 

Ministro Serguei Lavrov participará em reunião ministerial dos países do JCPOA


No dia A 21 de dezembro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, participará numa reunião informal dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países signatários do JCPOA. A reunião será realizada por videoconferência. 

Encaramos a vontade unânime de todos os nossos parceiros de manter uma elevada dinâmica de trabalho no quadro do JCPOA e de tratar de perto, a um alto nível, dos problemas acumulados como prova da sua fidelidade aos seus compromissos. 

Os ministros trocarão opiniões sobre aspetos-chave da implementação do JCPOA, incluindo os desafios atuais. Um impulso político a ser dado pela reunião ministerial em conjunto com a compreensão comum de não haver alternativa ao JCPOA permitirá fixar pontos de referência e elaborar uma agenda para o futuro trabalho coletivo com vista à preservação e implementação desimpedida dos acordos consagrados na Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU. 

Este ano foi difícil para o JCPOA. Graças aos esforços coordenados dos países membros do JCPOA foi possível evitar a destruição do acordo nuclear e a revisão das suas disposições fundamentais. Foram rejeitadas as tentativas dos EUA de extensão ilimitada do embargo de armas ao Irão, ao arrepio da Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, e de reativação das sanções anti-iranianas revogadas pelo Conselho de Segurança da ONU. 

Mesmo assim, o JCPOA continua a deparar com muitas dificuldades causadas pelas sanções unilaterais dos EUA contra o Irão aplicadas unilateralmente ao arrepio das suas obrigações internacionais estipuladas na Resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Estas sanções atingem o povo iraniano, a legítima cooperação internacional com o Irão e o JCPOA. Os EUA não só violam de forma flagrante as resoluções do Conselho de Segurança como também impedem que estas sejam cumpridas pelos outros países.

O objetivo principal dos países signatários do JCPOA é encontrar uma resposta eficaz a estes desafios e criar condições para que o processo de concretização dos acordos volte à moldura acordada. Estas questões serão o foco da próxima reunião ministerial.

Temos esperança em uma cooperação construtiva com todos os nossos parceiros a fim de alcançar os elevados objetivos fixados no JCPOA e consagrados na Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU que, nos termos do artigo 25 da Carta das Nações Unidas, deverá ser incondicionalmente cumprida por todos os países membros. 


300 alunos desaparecidos após ataque a uma escola na Nigéria


No dia 12 de dezembro, um grupo de homens armados, supostamente do agrupamento extremista Boko Haram ou do Estado Islâmico da África Ocidental, invadiu uma escola secundária na cidade de Kankara, no estado de Katsina no noroeste da Nigéria, e raptou mais de 300 alunos. 

Todas as escolas do estado de Katsina estão temporariamente encerradas. As autoridades nigerianas estão a realizar uma operação especial para localizar os alunos raptados e neutralizar os criminosos. 

Condenamos veementemente esta investida das forças extremistas da Nigéria, considerando-a como reflexo da grave situação delituosa no país. Apoiamos as medidas tomadas pelo Governo nigeriano para combater os bandos e grupos terroristas.


Mass media ocidentais não deixam de exortar a rever a história da Segunda Guerra Mundial

 

Alguns meios de comunicação social ocidentais continuam a publicar materiais que insistem em que a história da Segunda Guerra Mundial seja revista, ou melhor, repensada. 

Um "bom" exemplo disso é a recente reportagem da emissora de rádio suíça SRF 4 News. Ao criticar as ações do Comité de Investigação da Rússia para investigar o genocídio dos moradores da cidade de Estalinegrado pelos nazis nos anos 1942 e 1943, os autores da reportagem chegam à conclusão de que, no contexto da Segunda Guerra Mundial, "a Rússia está cega aos seus próprios crimes".

Não é a primeira vez que os jornalistas ocidentais procuram tirar da ordem do dia a questão dos enormes danos infligidos à população da União Soviética pelos invasores nazi e os seus aliados dos países satélites. Sem ter a possibilidade de negar os factos das atrocidades perpetradas pelos invasores, os meios de comunicação ocidentais tentam desviar a atenção deste tema, deturpando os factos e conceitos e descendo a mentiras diretas. Passou a ser moda em certos círculos afirmar que a Alemanha nazi e a União Soviética são igualmente responsáveis pelo desencadeamento da Segunda Guerra Mundial, minimizar o papel do Exército Vermelho e do povo soviético na vitória sobre o nazi-fascismo e interpretar episódios polêmicos através do prisma russofóbico. O objetivo destes esforços propagandísticos é claro: equiparar a União Soviética ao Terceiro Reich e desvalorizar o papel da URSS na luta antifascista, ou seja, o papel do país que perdeu 27 milhões de pessoas. 

Esta campanha de desinformação visa a revisão da história, a distorção da imagem da Rússia aos olhos dos habitantes dos países do mundo ocidental. Ciosos dos seus interesses conjunturais, os arquitetos destas campanhas não estão conscientes das suas consequências irreversíveis. 

As tentativas de deturpar o papel da União Soviética na vitória sobre o fascismo põem em dúvida a compreensão global da natureza da Segunda Guerra Mundial, criam condições para a reabilitação do fascismo e do nazismo na consciência de massa e, como consequência, para a sua reencarnação.

Nos países onde artigos semelhantes são publicados, o público, os jornalistas e a comunidade profissional de historiadores devem analisar a situação e compreender quais os movimentos, opiniões e partidos políticos que têm o maior apoio e quais os que apenas estão a tomar forma. As tentativas de reescrever a história podem ter como consequência a repetição daquilo que aconteceu em meados do século XX nas novas realidades. A Europa está pronta para isto? Precisa disso? Onde irão procurar uma vacina contra estas doenças históricas? Penso que este é um motivo para analisar aquilo que se passa nos países europeus, especialmente após a publicação de tais materiais. Os jornalistas da SRF 4 News devem certamente lembrar-se dos planos de Hitler de invadir a Suíça, a operação Tannenbaum. Só graças à vitória da coligação anti-Hitler possibilitada, em medida decisiva, pela URSS, estes planos não se tornaram realidade. Provavelmente, os jornalistas lembram-se e estão cientes desta operação. Pode ser que queiram que esta operação se repita e por isso defendem esta visão. Então digam isso honestamente para si mesmos e para nós. 

Deturpar a memória da verdadeira história da Segunda Guerra Mundial e esquecer as suas lições não é apenas um crime contra as dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo que lutaram contra o nazi-fascismo e deram a sua vida nessa luta. É uma mina de ação retardada colocada sob a atual ordem mundial e que cria riscos para todos, incluindo os países do Ocidente, especialmente da Europa.

 

Rússia partilha chama do Fogo Eterno com a Sérvia


No dia 14 de dezembro, realizou-se uma cerimônia de compartilhamento da chama do Fogo Eterno do Túmulo do Soldado Desconhecido no Jardim Aleksandrovski com vista à sua transferência para Belgrado, capital da Sérvia. O evento marcou o fim do Ano da Memória e Glória declarado pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Organizada pela Sociedade Histórica Russa e a Sociedade Histórica Militar Russa, a cerimónia envolveu a guarda de honra e a orquestra militar do Kremlin.

No dia 15, a chama foi levada para Belgrado por um avião especial onde, no conjunto escultórico Chama Eterna do Memorial aos Libertadores de Belgrado, foi realizada uma cerimónia de acendimento da Chama Eterna. O evento inseriu-se no 75º Aniversário da Grande Vitória e contou com a presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no website do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo e nas nossas contas das redes sociais. O acendimento da primeira Chama Eterna em Belgrado mostra que a Rússia e a Sérvia seguem fiéis às tradições de irmandade militar lançadas durante a luta dos soldados soviéticos e jugoslavos contra o nazi-fascismo e empenhadas em preservar a verdade histórica sobre o papel dos nossos povos na libertação da Europa do nazismo.

A Chama Eterna no Túmulo do Soldado Desconhecido no jardim Aleksandrovski, em Moscovo, foi acesa a 8 de maio de 1967, é mantida acesa pela empresa MOSGAZ graças a soluções tecnológicas sem precedentes e arde permanentemente em condições meteorológicas difíceis como vento, neve e chuva. 

Na cerimônia de compartilhamento da chama do Fogo Eterno foi utilizado equipamento especial desenvolvido pela empresa MOSGAZ que compreende uma tocha e uma caixa especial para o transporte da tocha. 

Este equipamento havia sido utilizado pela primeira vez durante a ação "Revezamento da Chama Eterna" realizada por ocasião do 70º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica. Naquela altura, a chama do Fogo Eterno foi levada para 26 unidades da Federação da Rússia.

Desde então, a tecnologia usada provou a sua eficácia e segurança. Em setembro de 2019, a empresa MOSGAZ prestou apoio tecnológico durante a realização da cerimónia de compartilhamento da chama do Fogo Eterno do Túmulo do Soldado Desconhecido com a capital da Eslovénia Ljubljana. Esta foi a primeira vez na história em que a chama do Fogo Eterno foi transportada para a capital de um país europeu que não fazia parte da URSS. A mesma tecnologia foi utilizada durante as cerimónias de compartilhamento da chama do Fogo Eterno com a cidade de Obninsk, na Região de Kaluga (2019) e a cidade-herói de Tula (2020).


Exposição fotográfica sobre a Grande Guerra Patriótica abre em Pequim


No dia 13 de dezembro, o Museu da Guerra da Resistência do Povo Chinês ao Japão abriu uma exposição fotográfica com o tema "A Grande Guerra Patriótica nas objetivas das repórteres fotográficas" dedicada ao 75º aniversário da Vitória. A mostra reúne fotografias que estão pela primeira vez expostas ao público no estrangeiro. 

A cerimónia de abertura teve a participação de representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, do partido e dos círculos sociais de Pequim. O evento teve ampla repercussão na China e mostrou uma vez mais que a Rússia e a China têm visões comuns dos acontecimentos daquela época e estão dispostas a fazer frente a todas e quaisquer tentativas de falsificar a história e rever os resultados da Segunda Guerra Mundial.

 

Rússia celebrou Dia da Memória dos Jornalistas Mortos no Trabalho


Ontem, dia 15 de dezembro, a Rússia celebrou o Dia da Memória dos Jornalistas Mortos no Trabalho. A data foi estabelecida em 1991 pela União de Jornalistas da Rússia após o correspondente de televisão russo Viktor Noguin e o operador de câmara Guennady Kurinoy terem morrido na Jugoslávia. Desde então, todos os anos, no dia 15 de dezembro, honramos a memória dos repórteres, fotógrafos e operadores de câmara que perderam as suas vidas no trabalho. 

De acordo com a ONU, no período entre 2006 e 2019, foram mortos cerca de 1.200 jornalistas. As mortes de jornalistas ocorrem não só em conflitos armados como também em tempo de paz.

A Rússia presta especial atenção à segurança dos jornalistas, ao problema da impunidade dos crimes e à prevenção de práticas criminosas em relação aos jornalistas. Fazemos os possíveis para levar à justiça aqueles que impedem os jornalistas de desempenhar as suas funções profissionais, monitorizamos as infrações contra a imprensa e cooperamos nestes assuntos com a OSCE e a UNESCO.

Neste contexto, estamos, com razão, preocupados com a segurança dos jornalistas na Ucrânia. A Rússia chamou repetidamente a atenção da comunidade internacional para tendências perigosas na Ucrânia para a censura, violações flagrantes dos direitos dos jornalistas e até assassínios de jornalistas.

Ainda não há progressos na investigação dos assassinatos dos jornalistas Anatoly Klyan, Anton Voloshin, Igor Kornelyuk, Andrey Stenin, Andrea Rocchelli, Oles Buzina, Serguei Dolgov, Vyacheslav Veremyi, Pavel Sheremet e outros. Na Ucrânia, jornalistas continuam a ser alvo de violência física que se pratica, de facto, com a aprovação do governo de Kiev que há muito enveredou por um caminho de repressão contra os meios de comunicação social, jornalistas e dissidentes. 

As numerosas violações dos direitos dos jornalistas nos países bálticos também são motivo de preocupação. Em 2019, deputados lituanos pediram que o acesso ao website Sputnik Lituânia fosse bloqueado no território da Lituânia, o diretor-geral da agência M. Kasem foi detido e expulso do país por cinco anos. A partir do dia 1 de janeiro de 2020, a agência Sputnik Estónia tem as suas atividades suspensas sob ameaça de processo penal. A situação na Letónia não é menos grave: a retransmissão de sete canais do grupo RT foi bloqueada, o Primeiro Canal Báltico está encerrado. Em dezembro deste ano, em Riga, os jornalistas da agência Sputnik foram detidos, interrogados e revistados, tendo-lhes sido feitas imputações penais. Ao mesmo tempo, foram agredidos os jornalistas russófonos da agência noticiosa Baltnews.

A 30 de julho de 2018, três jornalistas russos, Orkhan Dzhemal, Alexander Rastorguev e Kirill Radchenko, morreram vítimas de um assalto na República Centro-Africana perpetrado por desconhecidos. A tragédia ocorreu nos arredores da cidade de Sibiu (190 km a norte de Bangui, capital da República Centro-Africana), que se situa na zona de conflito entre grupos armados ilegais e não é controlada pelo governo do país. O Comité de Investigação da Federação da Rússia abriu um processo crime e continua a investigar o caso. 

Em 2020, realizou-se a terceira edição do Prémio Internacional Khaled Al-Khatib de melhor obra jornalística proveniente da zona de conflito armado. O prémio tem o nome de Khaled Al-Khatib, correspondente do serviço árabe da cadeia televisiva RT, que morreu aos 25 anos em 2017 na Síria, durante um bombardeamento de mísseis cometido por extremistas. Ele fazia reportagens sobre as operações de combate realizadas pelas forças do governo sírio contra terroristas.  Em 2018, o jornalista foi condecorado postumamente pelo Decreto do Presidente russo, Vladimir Putin, com a Medalha de Bravura. A medalha foi entregue à sua família. 


Autoridades letãs fazem novas investidas contra a língua russa


Gostaríamos de salientar mais uma vez que as entidades jurídicas internacionais se mantêm silenciosas sobre uma nova investida das autoridades letãs contra à liberdade de imprensa e a língua russa.

No dia 3 de dezembro, o Serviço de Segurança Nacional da Letônia deteve e interrogou sete jornalistas russófonos da agência Sputnik Letônia e do portal noticioso Baltnews, tendo-lhe apreendido equipamento de escritório e dinheiro e imputado uma acusação penal.

Apesar dos nossos apelos públicos para examinar a situação, das conversas mantidas pelos chefes das missões diplomáticas russas nas estruturas e organizações internacionais e no Conselho Permanente da OSCE, não vimos nenhuma qualificação oficial deste atentado contra a liberdade de expressão.

Reiteramos o nosso apelo às organizações internacionais especializadas em proteger os direitos dos jornalistas, a liberdade de expressão para que façam uma avaliação imparcial do que está a acontecer.

As tentativas do lado letão de justificar as suas ações não são convincentes porque é impossível justificar o obscurantismo. 

Alegam que as sanções penais contra os correspondentes que escreviam notícias para a agência Sputnik se devem às restrições pessoais unilaterais por parte da União Europeia, que, relembro, são ilegítimas, contra o diretor-geral da agência noticiosa Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev. Só ficámos embaraçados pelos nossos colegas letões quando, sob o pretexto das chamadas sanções contra Dmitry Kiselev, proibiram a retransmissão de sete canais da cadeia televisiva RT, à qual Dmitry Kiselev não tem nenhuma ligação.

Os nossos contactos em diversas estruturas internacionais confirmam que os meios de comunicação russos que transmitem em línguas estrangeiras gozam de grande popularidade no estrangeiro e despertam um interesse cada vez maior, incluindo entre os funcionários internacionais de mais alto nível. São fontes de informação de qualidade, imparcial e diversificada. Pode-se concordar ou não, mas estes são resultados de um trabalho profissional. A corrente dominante ocidental tem a sua própria visão do pluralismo de opiniões. Deve ser por isso que os meios de comunicação social ocidentais só conseguem aguentar a concorrência quando são apoiados pelas autoridades dos seus respetivos países e protegidos contra a concorrência por meio de repressão contra os seus concorrentes.

Esta é um outro exemplo de como a comunidade das "democracias ocidentais" protege os seus parceiros juniores apanhados em atos pouco decorosos. Temos advertido repetidamente os dirigentes das organizações responsáveis pela monitorização das violações dos direitos humanos contra esta prática viciosa. Agem segundo o princípio do “um por todos, todos por um”. Este princípio compromete o conceito de democracia, tanto apregoado pelo Ocidente e prejudica a credibilidade das organizações destinadas a defender a democracia. Declaram-se guardiões da democracia.

Não posso deixar de notar que a Letónia começou a tomar medidas práticas contra a liberdade de expressão e a língua russa quando a União Europeia desencadeou uma campanha contra a mítica "desinformação" proveniente, na sua opinião, da Rússia. Bruxelas vê a "mão do Kremlin" em todos os lugares. A Letônia encara, com a aprovação tácita das instituições europeias, as sanções ilegais da UE como instrumento para ajustar contas políticas com os falantes da língua não oficial e portadores de opiniões inconvenientes. Acontece que a integração europeia, concebida para reconciliar os povos da Europa, tem, nesta parte do continente, um resultado diferente: repressão aos dissidentes e violação da diversidade cultural e linguística.

 

Instituto Pushkin estudou competitividade da língua russa


O Instituto Pushkin de língua russa fez um estudo sobre a competitividade global da língua russa e a sua sustentabilidade nos países ex-repúblicas soviéticas. 

O estudo foi motivado pela falta de informações objetivas que permitissem ver como mudou a posição da língua russa num país, numa região do mundo ou a nível global.

Em 2020, o Instituto Pushkin monitorizou e fez um levantamento comparativo da língua russa e de 11 outras línguas mais competitivas do mundo, bem como um estudo comparativo da posição da língua russa nos países ex-repúblicas soviéticas. 

Foram sistematizados, pela primeira vez, os dados sobre o funcionamento da língua russa em esferas como as comunicações governamentais, meios de comunicação, educação, ciência e Internet. Os autores dos estudos acreditam que a sua obra, baseada em indicadores mensuráveis, resultados e factos ligados a países estrangeiros concretos, será útil aquando da fixação das prioridades nacionais da política linguística do Estado. 

Os resultados do estudo "Índice da posição da língua russa no mundo" podem ser consultados no website do Instituto. O link será colocado no texto do briefing.

Mencionei-o não como a verdade em última instância, mas como visão científica da problemática frequentemente discutida.


Países Baixos levantam questão das bombas nucleares americanas no seu território nacional


É de salientar que, o Parlamento dos Países Baixos, levantou recentemente a questão do armazenamento das bombas aéreas nucleares dos EUA no seu território nacional. Segundo comentaristas, a Ministra da Defesa do país, Ank Bijleveld, não conseguiu dar uma resposta convincente. 

Só podemos simpatizar com a governante neerlandesa. Por um lado, o governo neerlandês declara-se fiel ao objetivo de livrar o mundo de armas nucleares, por outro lado, disponibiliza o território do seu país para a instalação de armas nucleares americanas, apoiando a participação ativa das suas forças armadas nos treinos do uso das mesmas.

Devemos lembrar uma vez mais que as "missões nucleares conjuntas" da NATO que envolvem os Países Baixos, entre outros países, vão contra as disposições fundamentais do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), o seu Artigo 1º e o seu Artigo 2º. Além disso, os países não possuidores de armas nucleares que disponibilizam os seus territórios nacionais para armazenar armas nucleares violam os seus acordos de salvaguardas com a AIEA.

A situação em torno das armas nucleares dos EUA na Europa é da maior preocupação tanto no contexto estratégico como em termos de credibilidade e viabilidade do TNP e do regime de não-proliferação por ele estabelecido. Este aspeto é de particular importância à luz da Conferência de Revisão do TNP prevista para o próximo ano.

Estamos convencidos de que esta questão muito importante tem apenas uma solução realista, ou seja, devolver todas as armas nucleares dos EUA ao território nacional dos EUA, desmantelar as infraestruturas para o seu armazenamento, manutenção e rápida instalação nos países europeus da NATO e abandonar a prática de treinos do uso de armas nucleares pelo pessoal dos países não possuidores de armas nucleares. 


Tribunal Penal Internacional terminou de examinar situação na Ucrânia


No dia 10 de dezembro, a Procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, anunciou que o exame preliminar da situação na Ucrânia estava concluído e que existiam motivos para iniciar uma investigação oficial. Desde o início, os materiais da procuradoria mostravam que a instituição não tinha a mínima ideia das realidades criadas na Ucrânia após o golpe de Estado, contendo passagens odiosas como aquelas referentes à "ocupação" da Crimeia e muitas outras. Com base nas informações recebidas de Kiev, a Procuradoria decidiu que a justiça ucraniana era alegadamente capaz de investigar sozinha os crimes dos militares e nacionalistas ucranianos no sudeste do país.  

Ao que parece, não vale a pena esperar que o Tribunal de Haia julgue imparcialmente os acontecimentos de Maidan e intime os responsáveis pela tragédia em Odessa e as mortes de civis em resultado da chamada operação antiterrorista.

Neste contexto, outra decisão da Procuradoria, tornada pública na véspera da sua declaração sobre o "dossier ucraniano", parece particularmente cínica. No dia 9 de dezembro, Fatou Bensouda anunciou que ia deixar de investigar os crimes dos militares britânicos no Iraque.

No relatório, a Procuradoria cita provas da inadequação dos mecanismos de investigação do Reino Unido. Apesar de milhares de provas de crimes obtidas por investigadores britânicos ao longo de quase 10 anos, nem um único elemento das forças armadas do país foi levado à justiça. O TPI reconheceu que os investigadores britânicos não levaram em conta muitas das provas existentes e bloquearam as investigações sobre o papel do comando militar. 

O paradoxo é que, no final de contas, a Procuradoria não hesitou em decidir encerrar o "dossier iraquiano", a pretexto de este dever ser investigado pelos próprios britânicos. À primeira vista, da lógica nem se trata. Mas recordemos a triste experiência da investigação sobre a situação no Afeganistão realizada pelo TPI. O processo resultou em sanções americanas contra ministros do Tribunal, incluindo Fatou Bensouda. Aparentemente, o TPI aprendeu esta lição.

Declarámos várias vezes que o TPI é ineficaz. Os recentes desdobramentos em torno dos "dossiers" ucraniano e iraquiano confirmam eloquentemente que não devemos esperar uma atitude profissional para com estes casos por parte do TPI. Assistimos outras vez à prática de "um peso, duas medidas" e ao medo de sanções.

A Rússia não é parte do Estatuto de Roma do TPI e não reconhece a jurisdição deste Tribunal. Vemos outra vez que este organismo é inconsistente. As suas atividades desacreditam a própria ideia de justiça penal internacional.


Rússia participa ativamente nos trabalhos da Aliança das Civilizações das Nações Unidas


Um lugar especial na promoção do diálogo e da parceria entre culturas, religiões e civilizações pertence às Nações Unidas e à Aliança das Civilizações da ONU (UNAOC), criada em 2005. A Federação da Rússia apoiou a ideia de estabelecer a UNAOC e participou na sua concretização desde o início como país membro do Grupo de Alto Nível sob a égide do Secretário-Geral da ONU, e após o fim dos seus trabalhos em novembro de 2006, como país membro do Grupo de Amigos da Aliança das Civilizações (GFAC).

Os nossos representantes participam ativamente nos trabalhos da Aliança, a todos os níveis: nos seus Fóruns Globais, nas reuniões ministeriais da GFAC. O último, o 8º Fórum Global, teve lugar nos dias 19 e 20 de novembro de 2018 na sede da ONU em Nova Iorque. A delegação russa foi chefiada pelo Representante Especial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia para a interação com a Aliança das Civilizações, Embaixador no K.V. Shuvalov.

Somos a favor de envolver a UNAOC e o Alto Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas, Miguel Moratinos, que chefia este organismo internacional, em todas as iniciativas que visem a concórdia entre os diferentes religiões e culturas. Em particular, apoiamos a sua participação ativa na preparação da Conferência Mundial de Chefes de Estado, Parlamentares e Representantes das Religiões do Mundo sobre o Diálogo Intercultural e Inter-Religioso para a Paz e a Humanidade, a realizar em maio de 2022 na Rússia sob os auspícios da União Interparlamentar e da ONU. No âmbito dos trabalhos da Assembleia Geral da ONU sobre a cultura da paz e do processo de ajustes de projetos de resoluções, salientamos a necessidade de se ter em conta o importante papel da UNAOC no desenvolvimento do multiculturalismo e da tolerância étnica e religiosa dos países do mundo.

 

Manija Sangin é Embaixadora de Boa Vontade do ACNUR

 

Saudamos a decisão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) de nomear Manija Sangin, famosa cantora e personalidade pública russa, como Embaixadora de Boa Vontade. É a primeira vez que este cargo é ocupado por uma representante russa. 

Anunciada a 14 de dezembro, no dia do 70º aniversário do ACNUR, esta decisão reflete o papel crescente da Rússia na resolução dos problemas dos refugiados e dos migrantes forçados em todo o mundo.

As funções de Embaixador da Boa Vontade do ACNUR incluem: atrair a atenção da opinião pública para os problemas da deslocação forçada, participar em diversos eventos temáticos e outras funções. 

Esperamos que o trabalho de Manija Sangin como Embaixadora de Boa Vontade do ACNUR contribuirá para a concretização das metas e objetivos do Gabinete do Alto Comissário para os Refugiados. 

 

MNE russo organizou viagens de imprensa para jornalistas estrangeiros


Como sabem, nos últimos quatro anos, um dos traços marcantes das atividades do Departamento de Informação e Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, tem sido a realização de viagens de imprensa a unidades da Federação da Rússia para jornalistas estrangeiros. 

Infelizmente, este ano, a pandemia de coronavírus impôs algumas restrições. No entanto, atendendo a numerosos pedidos de jornalistas e à situação epidemiológica no país, realizamos duas visitas de imprensa: uma ao Transbaikal e a outra, à Região de Sacalina. Participaram jornalistas e operadores de câmara da Islândia, China, República da Coreia, Síria, Eslovénia, Uzbequistão, Equador.

Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a história e as tradições das regiões visitadas, o seu potencial de turismo, as suas potencialidades económicas e naturais e encontrar-se com funcionários e jornalistas locais. 

Foram feitas entrevistas com os governadores das regiões visitadas, reportagens e alcançados acordos sobre a troca de experiências e de conteúdo com publicações regionais.

Publicamos breves notícias sobre os resultados das visitas de imprensa nas contas do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo e das suas representações regionais nas redes sociais. Os links serão colocados no texto do briefing.  

Em 2021, pretendemos dar continuidade à prática de viagens de imprensa, se a situação sanitária e epidemiológica o permitir. Tentaremos atender ao máximo às sugestões de jornalistas estrangeiros interessados referentes às rotas e programação de viagens e prestaremos outra assistência. Estamos dispostos a atender aos interesses não só dos correspondentes estrangeiros, mas também das unidades da Federação da Rússia. Se tiverem interesse em receber jornalistas estrangeiros, tiverem o que contar e o que mostrar, contactem-nos, vamos trazê-los. 

 

Washington impõe sanções contra o FC Akhmat


O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia já comentou várias vezes a nossa atitude para com a prática de sanções unilaterais adotada por Washington. A nossa posição não mudou. Desta vez, os nossos colegas americanos superaram-se a si próprios e foram contra bom senso, ao incluir um clube de futebol russo da primeira liga, o FC Akhmat, na lista de sanções. Não me lembro de coisas como esta na minha carreira: o FC Akhmat é o único clube de futebol do mundo que se tornou alvo de restrições por parte dos EUA. Agora todos os que que estão a sofrer com as sanções americanas têm um clube de futebol para torcer. 

Falando a sério, entendemos que a UEFA e a FIFA, as maiores associações desportivas internacionais, deveriam, dentro das suas competências, dar a sua opinião e explicar a Washington qual é o seu lugar no mundo do futebol. Esperamos que estes organismos desportivos internacionais tenham a coragem e a maturidade para fazê-lo. 


Níger celebra o Dia da Proclamação da República


No dia 18 de dezembro, o Níger celebra o Dia da Proclamação da República. O povo nigeriano amigo percorreu um difícil caminho da luta pela independência e soberania nacional. Desde o final do século XIX, a França conquistava ativamente os territórios do Níger atual. As ações dos colonizadores franceses foram acompanhadas de violência e repressão contra a população local. A colonização definitiva do Níger foi formalizada em 1922. No entanto, o Níger continuou a ser uma das possessões francesas mais pobres, recebendo modestos subsídios e ajudas da metrópole. Esporádicos movimentos de libertação nacional foram brutalmente reprimidos. Não obstante, em 1951, as forças patrióticas conseguiram criar um partido político, a União Democrática Nigeriana, que optou pela libertação dos colonizadores. Em 1958, na sequência de um referendo nacional, o Níger foi declarado república autónoma incorporada na Comunidade Francesa, da qual se retirou em agosto de 1960, tornando-se totalmente independente.

Hoje, o Níger está a caminho de uma sociedade democrática e desenvolvimento socioeconómico. O país desempenha um papel cada vez mais ativo no cenário político do continente africano, participando ativamente na solução de questões da segurança regional e contribuindo para os esforços coletivos de combate ao terrorismo na região do Saara e Sahel.

Gostaríamos de felicitar o governo e o povo do Níger amigo por um dos seus principais dias nacionais e desejar ao povo do Níger novas realizações, paz, prosperidade e bem-estar.


Pergunta: O Azerbaijão e a Arménia concordaram em trocar prisioneiros segundo o princípio do "todos por todos", com a mediação da força de paz russa. Esta troca teve lugar. Podemos dizer que este processo está concluído ou continua em andamento?

Porta-voz: Ontem, o Comandante da Força de Paz russa em Nagorno-Karabakh, tenente-general R. U. Muradov, comentou detalhadamente como foi realizada a troca de segundo o princípio do "todos por todos" entre Baku e Erevan. "Em conformidade com a Declaração trilateral dos líderes da Rússia, Azerbaijão e Arménia, de 9 de novembro deste ano, realizou-se a troca de prisioneiros com base no princípio do "todos por todos". Este processo foi precedido de um extenso trabalho preparatório da Força de Paz russa e dos lados azerbaijanês e arménio. Um avião russo levou a Baku e entregou ao lado azerbaijanês 12 prisioneiros enquanto o Azerbaijão devolveu ao lado arménio 44 prisioneiros que chegaram ao aeródromo do Erebuni. A Força de Paz russa continuará a contribuir para a implementação rigorosa do acordo trilateral.

O processo de troca de prisioneiros continua.

Pergunta: A senhora poderia explicar quais são as atuais funções dos países copresidentes do Grupo de Minsk da OSCE para Nagorno-Karabakh no período pós-conflito? Quais serão as tarefas do Grupo neste momento e no futuro, tendo em consideração que foi a Rússia que facilitou a resolução do conflito? A senhora não acha que seria melhor que os problemas existentes fossem resolvidos pela troika composta pela Rússia, Azerbaijão e Arménia? Devemos encarar o trabalho do Grupo de Minsk como voltado para a implementação da Declaração, de 9 de novembro, dos líderes dos três países? Pode ser que o Grupo empreenda esforços para "conduzir" à realização dos problemas que poderiam ser resolvidos mais tarde, no âmbito desta Declaração? Em particular, isto foi fixado na declaração dos chefes das delegações dos países copresidentes do Grupo de Minsk da OSCE aprovada a 3 de dezembro deste ano após a reunião de Tirana. Segundo foi destacado, o Azerbaijão e a Arménia teriam de chegar a um acordo de paz a longo prazo e sustentável e resolver todas as questões pendentes. Quais são as tarefas concretas que o Grupo Minsk enfrenta neste contexto? 

Porta-voz: Gostaria de recomendar que o senhor se dirigisse ao Grupo de Minsk da OSCE. Tendo em conta a importância da declaração adotada a 9 de novembro deste ano pelos líderes dos três países, nesta fase opera-se um processo de sua implementação, por um lado. Por outro, opera-se um processo de "sintonização" de todas as estruturas, organismos e organizações internacionais que devem resolver as questões dentro das suas competências.

É necessário tempo para acordar e institucionalizar estes processos. É exatamente o que todos estão a fazer agora. Os problemas enfrentados pela região são numerosos e atingem as mais diversas esferas: questões humanitárias, a situação dos refugiados, instalações culturais, segurança e desminagem. Nesta fase, está em andamento o processo de sintonização de cada segmento. 

Deve entender-se que o Grupo de Minsk da OSCE, bem como outras estruturas internacionais e organizações de mediação (por exemplo, o CICV), que podem desempenhar o seu papel numa verdadeira resolução da situação, estão agora a identificar opções e medidas a tomar. 

Pergunta: Nos dias 12 e 13 de dezembro, o exército do Azerbaijão violou o cessar-fogo no oeste da região de Gadrut. Alguns soldados arménios foram feridos. A senhora não acha que estas ações do Azerbaijão tiveram por objetivo desacreditar a missão de paz russa e pôr em dúvida a Declaração trilateral?

Porta-voz:   A Rússia faz os possíveis para 1951, as que uma paz duradoura se faça na região. Entendemos que as partes do conflito têm o mesmo objetivo. 

Pergunta: No dia 12 de dezembro, os copresidentes do Grupo de Minsk da OSCE chegaram a Baku. O Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, disse que os não havia convidado. A senhora não acha que o tom duro do Presidente azerbaijanês significa que o Azerbaijão começa a sabotar as atividades do Grupo Minsk da OSCE? Porque é que o copresidente russo do Grupo de Minsk da OSCE, I.V. Popov, não participou na visita?

Porta-voz: É melhor dirigir a sua pergunta sobre os passos dados pelo lado azerbaijanês a Baku. O lado russo foi representado em Erevan e Baku pelo embaixador russo no Azerbaijão, M.N. Bocharnikov, e o Encarregado de Negócios da Rússia a.i. na Arménia, A.L. Sinegubov. Acho que não tenho de dizer porque a delegação russa foi formada desta forma. Há razões para isso e não há nada de conspirativo nisso. Não procure um subtexto político subjacente.

Pergunta: O vice-presidente do Parlamento do Azerbaijão, A. Aliyev, disse que a Força de Paz russa não tem o direito de defender as aldeias que as unidades turco-azerbaijanas tentaram invadir no dia anterior. "A Rússia não tem o direito de interferir na operação antiterrorista dos serviços secretos do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh e sofrerá perdas significativas juntamente com a Arménia", escreveu o deputado na sua página do Facebook. Como a senhora avalia esta declaração?

Porta-voz: Comentámos repetidamente esta questão no contexto de outras declarações de diferentes figuras políticas. Partimos do facto de todas as declarações feitas pelas partes do conflito (embora eu prefira chamar-lhes as partes do processo de paz) e outros players regionais e extrarregionais deverem visar o alcance de uma paz duradoura.  Cada declaração deve ser considerada do ponto de vista do efeito que esta pode produzir. 

Entendemos que foi feito um grande e importante trabalho, pelo que cada palavra deve ser medida. 

Tudo o que diz respeito a detalhes específicos: competências, situação local, funções, áreas de responsabilidade, todas estas questões podem e devem ser resolvidas em regime rotineiro entre as partes. Mantemos um diálogo tanto com Baku como com Erevan através de todos os canais existentes. É desta forma que todas as questões devem ser solucionadas.

Pergunta: O Presidente russo, Vladimir Putin, felicitou Joe Biden pela sua vitória nas eleições nos EUA. Pode a vitória de Biden influenciar a participação dos dois países no processo de reconciliação nacional no Afeganistão?

Porta-voz: Nos últimos anos, a Rússia e os EUA têm mantido um diálogo construtivo sobre a pacificação do Afeganistão. Tem havido contatos constantes a nível de enviados especiais. Desde 2019, está em ação o formato de troika alargada que envolve também os nossos parceiros chineses e paquistaneses. Este formato provou a sua eficácia e relevância para o processo de paz no Afeganistão. Esperamos que, sob o novo Presidente americano, os contactos russo-americanos continuem com vista ao alcance da paz, neutralização das ameaças do terrorismo, extremismo e tráfico de droga que emanam do território do Afeganistão.

Pergunta: Há muito tempo que a Grécia discute a questão da compra pela Turquia de sistemas de mísseis antiaéreos S-400. Muitos pensam que isto quebra o equilíbrio de forças no Mar Egeu, pelo que as sanções dos EUA foram acolhidas como castigo justo para Ancara. Qual é a posição da Rússia sobre estas sanções? A Rússia responderá de alguma maneira a estas sanções?

Porta-voz: O senhor quer dizer que as sanções anunciadas pelos EUA por causa do contrato de compra dos sistemas S-400 estão ligadas às ações da Turquia no Mediterrâneo?

Pergunta: Esta é a opinião de uma parte da população grega. 

Porta-voz:  Então tem mais informação do que até os EUA. Eles não associaram a sua decisão de impor sanções a isto. Não lemos em nenhuma publicação nem ouvimos dizer que esta decisão dos EUA foi motivada por tais argumentos. 

Neste caso, os EUA têm sido muito francos durante vários anos: primeiro, tentaram dissuadir a Turquia de comprar armas russas, depois pressionaram o governo turco, ameaçando impor sanções. Tentaram fazer os possíveis para que a Turquia não comprasse os sistemas russos. Washington não escondeu os seus motivos nem os seus passos. 

Durante a visita à Bósnia-Herzegovina, a 14 de dezembro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse a este respeito: "O lado americano fala disto há mais de um ano, por isso esta situação não é surpresa para nós. Esta é outra manifestação de uma atitude arrogante para com o direito internacional e das medidas coercivas unilaterais ilegítimas que os Estados Unidos têm vindo a utilizar ao longo de décadas. Isto não aumenta o prestígio dos EUA no cenário internacional como participante responsável na divisão internacional do trabalho, incluindo na área da cooperação militar e técnica". Aqui está outra manifestação da incapacidade dos EUA de competir sob as regras estabelecidas. Recorrem a medidas adicionais para obter vantagens competitivas, apesar de esta prática estar fora da lei. Entre estas medidas estão sanções unilaterais na área de indústria de guerra. Em todas as áreas, sejam os meios de comunicação social, armamentos ou o setor energético, o princípio é sempre o mesmo: ajudar por todos os meios, inclusive ilegais, as suas indústrias e os seus empresários. Recentemente, o Ministro Serguei Lavrov fez um comentário detalhado sobre a situação no Mediterrâneo. Hoje repetiu a sua opinião a este respeito quando lhe perguntaram sobre isso.


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