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Principais pontos do briefing proferido pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, Moscovo, 14 de fevereiro de 2024

273-14-02-2024

Sobre a próxima participação de Serguei Lavrov na reunião do Conselho Ministerial do G20

 

Nos dias 21 e 22 de fevereiro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, participará na reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 no Rio de Janeiro.

Esta reunião, a primeira deste formato sob a presidência brasileira este ano, será dedicada a questões prementes da atual agenda internacional, com destaque para a resolução de contradições geopolíticas e a reforma das instituições económicas mundiais.

Os progressos nesta área são considerados pelos nossos amigos brasileiros como pré-requisito indispensável para que a economia mundial retome a trajetória de desenvolvimento progressivo e de crescimento sustentável.

No seu discurso, Serguei Lavrov exporá detalhadamente a opinião e as avaliações do lado russo sobre os desafios enfrentados pela comunidade internacional, as suas causas e dinâmicas internas, bem como as medidas necessárias para superar efetivamente os referidos problemas.

O Ministro salientará a importância especial de utilizar todos os instrumentos diplomáticos, os meios de resolução pacífica de litígios, o diálogo e a cooperação mutuamente respeitosos, a fim de garantir uma segurança indivisível e sustentável. Tendo em conta todas as realidades geopolíticas, neste contexto, apelaremos aos nossos parceiros do G-20 para que apoiem plenamente o processo de construção de um mundo multipolar realmente democrático numa base policêntrica e em conformidade com os interesses legítimos de todos os países e povos.

Pronunciar-nos-emos contra a militarização das relações económicas internacionais, os métodos de guerra híbridos, as tentativas de minar a soberania e da independência dos Estados independentes e a ingerência nos assuntos internos.

Insistiremos em manter-se o primado do direito internacional e dos seus princípios básicos consagrados na Carta das Nações Unidas, retomar-se a prática de adoção de decisões coletivas com a participação de todos os países interessados e em observar-se rigorosamente o princípio do consenso e da procura de um "denominador comum".

Serguei Lavrov tem uma agenda cheia de reuniões bilaterais "à margem" do Conselho Ministerial do G20. Estamos a ponderar a hipótese de encontros do Ministro com os seus colegas dos países com mercados emergentes.

 

Resumo da sessão de perguntas e respostas:

Pergunta: A entrevista do Presidente russo, Vladimir Putin, ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, publicada em 9 de fevereiro deste ano, abordou o desenvolvimento dos BRICS e as relações de boa vizinhança da Rússia com a China. Os mass media de maior circulação no mundo comentaram intensamente esta entrevista, citando, entre outras coisas, declarações oficiais de líderes políticos estrangeiros. No entanto,  há muito pouca informação sobre a forma como a entrevista de Vladimir Putin foi acolhida pelas pessoas comuns de outros países. Quais foram as reações a esta entrevista nos meios de comunicação social asiáticos e nas redes sociais? Penso que as nossas missões diplomáticas informam o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre estas questões.

Maria Zakharova: Está a fazer-me uma pergunta no mesmo formato em que, a julgar pelo que estamos a ver, a situação no Ocidente se encontra. Está a pedir-me, enquanto representante de uma agência governamental, que lhe diga como as pessoas reagem a esta entrevista no estrangeiro. Pode ver isso por si próprio, uma vez que, atualmente, todos costumam dar as suas opiniões nas redes sociais. As redes sociais têm uma ferramenta de fazer traduções instantâneas. Pode ver por si próprio a reação para que não tenhamos de jogar estes "jogos" ocidentais: censurar a informação, arrogarmo-nos o direito de falar pelas pessoas sem lhes pedir autorização.

Muitas pessoas já se pronunciaram. A quantidade de visualizações é uma prova disso. Ficaram surpreendidas ao descobrir que há coisas que elas são proibidas de ver. E não entendem bem porquê. Não porque haja um limite de idade ou alguma informação proibida pela lei, mas apenas porque um funcionário na Casa Branca ou no Departamento de Estado decidiu que seria melhor que o público não visse estas coisas. Penso que isso chocou toda a gente.

Na sua entrevista, o Presidente russo, Vladimir Putin, expôs a nossa linha estratégica, que tem sido repetidamente expressa em reuniões públicas, entrevistas com jornalistas e conferências de imprensa. Parece-me que o mundo ocidental não estava preparado para o facto de as pessoas começarem a ver, a ouvir e a fazer perguntas.

Tentaram dizer ao vento: "vento, não sopre", esta é a posição deles. Aparentemente, erraram nos cálculos. Como resultado, têm mais algumas dezenas de milhões de visualizações. Como percebe, quando alguém diz "não vejam" sem qualquer argumento para além da sua agressividade e raiva, é claro que toda a gente vai ver.

Acho que seria melhor que o senhor visse os comentários por si próprio. Por outro lado, não tenho nenhum problema. Em resposta à sua pergunta, teremos todo o gosto em publicar um comentário nas redes sociais com excertos das avaliações procedentes da região que mencionou, das publicações dos seus meios de comunicação social ou das  declarações de alguns dos seus habitantes, que, do nosso ponto de vista, serão as mais representativas.


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