Excerto do briefing proferido pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, São Petersburgo, 19 de junho de 2025
Sobre o 50.º aniversário da proclamação da independência da República de Moçambique e o 50.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas russo-moçambicanas
A 25 de junho, a República de Moçambique comemora o 50.º aniversário da sua independência. Neste mesmo dia, celebra-se igualmente o 50.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os nossos dois países.
Valorizamos as relações de amizade e cooperação com Moçambique, as quais têm uma longa história e remontam à época da luta de libertação nacional do povo moçambicano pela independência. Moçambique é um parceiro fiável, testado pelo tempo, da Rússia no continente africano. O diálogo político bilateral ao mais alto nível apresenta um desenvolvimento dinâmico, com os dois países a interagirem no cenário internacional e a ampliarem os laços nos domínios comercial, económico, educacional, cultural e humanitário.
Endereçamos as nossas congratulações aos nossos amigos em Maputo por estas datas simbólicas e expressamos os nossos votos de prosperidade e bem-estar ao povo moçambicano.
Resumo da sessão de perguntas e respostas:
Pergunta: Exerço a minha atividade profissional na Rússia há vários anos. Em novembro de 2024, na Cimeira dos BRICS em Kazan, encontrei-me como a única jornalista italiana presente. Gostaria de lhe oferecer o meu livro. Em virtude da escalada no Irão e no Médio Oriente, gostaria de lhe perguntar acerca do futuro dos BRICS.
Maria Zakharova: Parece-me que, se o mundo, a Maioria global, não tivesse demonstrado a sua determinação para se unir e, consequentemente, para resistir à imposição da minoria, teríamos um número substancialmente maior de tais escaladas com um desfecho trágico.
Atualmente, a comunidade internacional, a Maioria global, está a fazer os possíveis para mitigar a situação. Verificamos que os países integrantes do BRICS estão a implementar medidas similares às adotadas pela Rússia, atuando em diferentes formatos, mas na mesma direção. Consequentemente, não vale a pena especular sobre o futuro dos BRICS, sendo mais proveitoso observar como este grupo de países está a responder aos desafios atuais.
Por esta razão, não tenho a menor dúvida de que o BRICS e outras associações que reflitam a multipolaridade continuarão a existir e a evoluir. O acrónimo "BRICS" foi originalmente designado "RIC", tendo posteriormente evoluído para "BRIC", e, por fim, para a sua forma atual, "BRICS", que agrupa um número significativo de países. O mundo encontra-se em constante movimento e progresso. O grupo poderá assumir diferentes configurações e adotar diferentes estratégias, revelando-se, deste modo, uma estrutura verdadeiramente viva, não conservadora, não artificial, não morta, mas viva. Esta instituição estabelece objetivos e metas concretos. Não duvido que, passando pelas mais diversas provações, esta instituição consolidará a sua posição. Por que razão? Porque ambiciona alcançar nobres objetivos, os quais não se caracterizam por atributos destrutivos nem agressivos.