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Porta-voz Maria Zakharova fala em briefing sobre medidas para o retorno de russos retidos no estrangeiro devido ao coronavírus e outros assuntos atuais

535-02-04-2020

Quanto às medidas para o retorno de russos retidos no estrangeiro por causa do coronavírus


O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia toma providências para ajudar os russos retidos no estrangeiro devido ao coronavírus a regressar à Rússia, em cumprimento das decisões da Presidência do Conselho de Coordenação junto do Governo da Federação da Rússia para o combate à propagação da infecção por coronavírus e do Comité de Combate à Infiltração e à Disseminação da Nova Infecção pelo Coronavírus no território nacional da Federação da Rússia. O regresso de cidadãos russos é organizado em estreita coordenação com o Ministério dos Transportes, a Agência Federal para os Transportes Aéreos e representações russas no estrangeiro, orientando-se o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia pelas decisões tomadas em coordenação com os departamentos interessados em função da evolução da situação. 

Outro aspecto a assinalar diz respeito aos russos que se encontram, neste momento, no estrangeiro e não têm a possibilidade de regressar ao país, carecendo de dinheiro para pagar o alojamento e os serviços de comunicação. Neste contexto, gostaria de referir as medidas e as decisões que já foram tomadas, que estão a ser elaboradas e que serão concretizadas. 

De acordo com a decisão da Presidência do Conselho de Coordenação reunida a 30 de março, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia foi instruído a facultar o acesso ao Ministério dos Correios e Telecomunicações, ao Fundo de Segurança Social da Rússia e ao grupo de trabalho do Conselho de Estado para o Combate à Propagação do Coronavírus aos dados pessoais dos russos que declararam o seu desejo de regressar à Rússia, incluindo os seus números de telemóvel, a fim de informá-los, via SMS, da necessidade de preencher um formulário electrónico no Portal Único de Serviços Públicos (PUSP). O Ministério das Finanças foi instruído a disponibilizar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia recursos públicos do Orçamento Federal para 2020 para a sustentação dos cidadãos russos que não têm a possibilidade de regressar à Rússia, necessitam de assistência financeira e não têm alojamento no país de acolhimento. 

Atualmente, as repartições do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia no estrangeiro prestam assistência aos cidadãos russos apenas dentro dos limites das suas possibilidades. Acreditamos que, em conformidade com as decisões tomadas sob os auspícios do Governo do país, uma assistência sistêmica em grande escala será prestada em um futuro muito próximo. 

Gostaria de recordar que todos quantos estão a regressar à Rússia, já regressaram ou pretendem regressar ao país através dos aeroportos de Moscovo, assim como os residentes da região metropolitana e de outras regiões são obrigados a seguir os regulamentos adotados nas suas respectivas regiões para impedir a propagação da infecção pelo novo coronavírus. No caso de Moscovo e da região metropolitana, trata-se do confinamento domiciliário durante 14 dias. Gostaria de salientar uma vez mais que cada região adotou os seus próprios regulamentos que devem ser observados por todos os que regressam à Rússia do estrangeiro. 


Quanto à prestação de assistência humanitária no âmbito do combate à infecção pelo coronavírus


Gostaria de dizer que, hoje em dia, todos os integrantes responsáveis das relações internacionais estão conscientes de uma nova ameaça e da realidade que exige a conjugação de todos os recursos, potencialidades e esforços para tirar toda a comunidade internacional desta difícil situação. 

Nestes dias, os países ajudam-se mutuamente. Gostaríamos de agradecer à China por ter enviado à Rússia ajuda humanitária. No dia 1 de abril, um avião da Força Aérea russa trouxe a Moscovo produtos médicos oferecidos pelo Governo da China a título de ajuda sem contrapartidas. 

Gostaria também de dizer que, da nossa parte, atendemos aos pedidos que o nosso país recebe neste momento difícil.

Como é sabido, a Rússia e os EUA estão a cooperar no combate à disseminação da infecção pelo coronavírus, em conformidade com os entendimentos alcançados entre os líderes dos dois países durante o seu contato telefónico de 30 de março. 

Na sequência destes acordos, uma carga de equipamento médico foi levada aos EUA por um avião de transporte militar do Ministério da Defesa russo. As perguntas feitas a este respeito ao lado russo pelos mass media russos e norte-americanos foram devidamente respondidas. 

Gostaria de dizer uma vez mais que 50% do valor da carga foi paga pelo Fundo de Private Equity russo enquanto os restantes 50% correram por conta do lado norte-americano. Como se sabe, o Fundo de Private Equity russo tem um grande papel na cooperação empresarial russo-norte-americana, apoiando as empresas norte-americanas que operam na Rússia. 

Neste momento, acho que este aspecto merece especial atenção, a Rússia tem a possibilidade de ajudar na luta contra a ameaça comum. Gostaria de assinalar aquilo que ninguém contesta: esta ameaça é comum.  Na fase mais grave da luta da China contra a propagação da epidemia do coronavírus, a Rússia foi dos primeiros países a prestar ajuda aos nossos amigos chineses. Agora estamos a receber ajuda de Pequim. Atualmente, os EUA estão a recentrar a sua indústria na produção dos bens necessários para conter a pandemia do coronavírus. Estamos certos de que este país também poderá ajudar a Rússia, se necessário.

Dispensámos, certamente, atenção à declaração do Departamento de Estado norte-americano sobre a importância dos esforços conjuntos no combate ao coronavírus. O documento afirma, por exemplo, que “os dois países prestaram um ao outro uma ajuda humanitária no passado e, sem dúvida, voltarão a prestá-la no futuro. É tempo de trabalharmos juntos para derrotarmos um inimigo comum que ameaça a vida de cada um de nós”. Partilhamos inteiramente esta opinião. Agora é tempo de trabalharmos juntos!


Quanto à ajuda russa à Itália no combate ao coronavírus


O povo italiano acolheu com gratidão a ajuda russa. A assistência russa aos italianos no combate à propagação da infecção pelo coronavírus é de natureza humanitária e não tem nenhuma conotação política. 

A decisão de enviar uma ajuda avultada aos Apeninos foi tomada após uma conversa telefónica entre o Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, e o Presidente do Conselho de Ministros da Itália, Giuseppe Conte, realizada a 21 de março. Durante a conversa, o Chefe de Governo italiano fizera o respectivo pedido ao líder russo.

O facto de os primeiros aviões de transporte militar russos terem sido recebidos no aeroporto de Pratica de Mare, a 22 de março, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, Luigi Di Maio, e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas italianas, Enzo Vecciarelli, mostra que o Governo italiano está agradecido à Rússia pela sua ajuda. Os italianos acolheram entusiasmados a assistência russa. Já viram estes vídeos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo e as suas repartições no estrangeiro recebem dezenas de cartas de agradecimento, centenas e até milhares de mensagens de cidadãos comuns e de várias organizações sociais. Os habitantes de Bérgamo receberam o comboio de ajuda russa com aplausos, cantando o hino nacional da Rússia. Estas imagens correram o mundo. 

A assistência russa à Itália é muito concreta e prática. Não vou citar todos os componentes da ajuda russa aos italianos. A respectiva informação foi divulgada e amplamente comentada pelos porta-vozes dos departamentos responsáveis pelo envio da ajuda. De modo geral, posso dizer que enviámos não só uma carga humanitária como também técnicos civis e militares, além de equipamento especial. O Ministério da Indústria e Comércio da Rússia também envia a sua ajuda à Itália. Voltaremos a este tema nos nossos recursos em redes sociais.  

Um outro aspecto a destacar. Estes são exemplos de interação humanitária civilizada e de ajuda mútua que são a melhor manifestação daquilo que a humanidade acumulou ao longo de todos estes anos. Por outro lado, há quem deseje deturpar os verdadeiros objetivos da ajuda russa e use mecanismos de propaganda e de guerra de informação para minimizar a importância das ações humanitárias russas. Notícias falsas e desinformação são plantadas para o efeito. Evidentemente, isso nunca poderá diminuir a importância da interação de países, da sua ajuda mútua nem conter um impulso sincero e correto de países, povos e Chefes de Estado que, neste período difícil para toda a humanidade, estendem uns aos outros a mão para prestar ajuda sempre que for necessário. Penso que devemos seguir estes exemplos, tais exemplos devem ser mais numerosos. Precisamos de apoiar uns aos outros neste período difícil para toda a humanidade.


Quanto ao artigo do jornal italiano "La Stampa" sobre a retenção de uma carga humanitária com máscaras na Rússia


O jornal italiano "La Stampa" já se distinguiu por uma série de artigos caluniosos sobre a ajuda humanitária russa à Itália. Recentemente, uma outra falsificação tomou conta das páginas do periódico com o objetivo de denegrir as ações russas na Itália devido à crise epidemiológica no país. 

Ao citar fontes duvidosas (caso estas existissem mesmo), o periódico afirmou que a Rússia teria retido uma carga humanitária e forneceu uma informação completamente incorreta.

Claro que reagimos através da nossa Embaixada no país e vamos continuar a fazê-lo.

Conseguimos localizar um mediador: a empresa "Giosar", registada em Londres, cujo representante se recusou a fornecer qualquer informação sobre a transação mencionada no artigo e a responder às perguntas sobre o paradeiro, o valor e as características da carga, assim como sobre o seu consignador e o seu consignatário. 

Verificou-se que se tratava de uma transação comercial realizada através de um esquema não transparente. As autoridades russas não foram previamente informadas sobre esta operação e não tiveram nada a ver com a mesma. Tudo isto foi apresentado pelo jornal "La Stampa" no contexto dos esforços humanitários da Rússia. 

Penso que já é claro para todos que alguns comerciantes, ávidos de lucro, estão aparentemente a tentar explorar os problemas e, neste caso, a tragédia da Itália. Vamos fazer frente a desinformação como esta e vamos fazê-lo regularmente de forma dura. 


Quanto à situação dentro e em torno da Venezuela


A situação global em termos de pandemia do COVID-19 permite separar o essencial da escória: o nosso mundo é mesmo pequeno e interdependente. A atitude humana nas relações entre as pessoas e entre as nações, a solidariedade geral perante uma ameaça comum têm, hoje em dia, importância vital.

Foi este entendimento que levou o lado russo a propor, durante a cimeira de emergência do G-20, de 26 de março, a criação dos chamados corredores verdes, livres de guerras comerciais e de sanções, para os fornecimentos recíprocos de medicamentos, alimentos, equipamento e tecnologia. O ideal seria declararmos uma moratória conjunta sobre as restrições aos bens de primeira necessidade e sobre as transações financeiras para a sua aquisição. Porquê? A resposta é óbvia. Para que a humanidade tenha uma oportunidade da vida, oportunidade de uma vida renovada, baseada nos valores verdadeiramente humanistas. Na cimeira, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que se tratava de uma questão de vida ou morte de pessoas, questão puramente humanitária que devia ser limpa de “escórias políticas de toda a espécie”. 

Outros líderes mundiais, nomeadamente o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e o Presidente da Argentina, Alberto Fernandez, falaram em uníssono com o líder russo. Promovemos, juntamente com um grupo de países correligionários, esta iniciativa na ONU.

Um dos países que deve ser livrado das sanções na atual situação difícil é a Venezuela. Repito, esta situação é difícil para todos os países sem exceção. Muitos políticos de renome internacional afirmaram publicamente que compreendem isso. Entre eles Michelle Bachelet, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos do Homem, e Hilal Elver, Relatora Especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação. Até um grupo de senadores norte-americanos pediu ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que suspendesse as sanções que impedem o fornecimento de bens essenciais à Venezuela.

Ativistas de renome da oposição venezuelana também se pronunciaram a favor disso. O combate ao coronavírus está a tornar-se em um fator unificador para a maioria das principais forças políticas de Caracas e para o povo venezuelano.

Infelizmente, vemos que alguns grupos políticos de alguns países não deixam de explorar a difícil situação mundial e a situação epidemiológica na Venezuela para atingir os seus objetivos políticos. Estas forças políticas visam, evidentemente, arrasar com o país e o seu povo, porque a ideia de um golpe de Estado contra o Presidente legitimamente eleito do país, Nicolas Maduro, continua a ocupar a mente de alguns políticos do Ocidente. 

Somos contra o bloqueio da assistência do FMI a Caracas, condenámos a decisão dos EUA de emitir um mandado de captura internacional contra o líder de um país soberano sob a acusação falsa de ligação ao tráfico de droga. Enquanto isso, Washington anunciou um plano de "pacificação” que visa a formação de um "governo de transição" na Venezuela e não passa de um escárnio da situação no país. Hoje, por exemplo, recebemos a informação de que os EUA estão prestes a lançar na América Latina uma operação "antidroga", a maior em 30 anos, com o envolvimento da Marinha norte-americana. 

Neste contexto, as declarações feitas por representantes do Departamento de Estado criam a sensação de completo absurdo.

Temos de repetir a verdade trivial: compete ao povo da Venezuela, país soberano, decidir o seu futuro com base nas suas leis, sem destrutiva interferência externa. Gostaria de recordar àqueles que se esqueceram disso: esta disposição é uma das pedras angulares da democracia nas relações internacionais.

Se analisarmos o absurdo plano norte-americano no atual contexto da pandemia, não encontraremos ali nenhum humanismo nem democracia. 

Numa altura em que cada dia é precioso para evitar a disseminação descontrolada da infecção, algumas forças políticas tentam impor as suas decisões. Nesta situação, agravada pela aplicação de sanções, o governo venezuelano sob a direção de Nicolas Maduro atua, na nossa opinião, de forma muito eficaz.

Mais adiante. Agora que a comunidade internacional decretou, de facto, uma moratória sobre todos os eventos políticos e sociais significativos, propõe-se elaborar e acordar um cronograma de eleições nacionais na Venezuela, com especial destaque para a nova eleição presidencial. Acreditamos que, em primeiro lugar, é preciso pensar sobre o povo da Venezuela e sobre como é possível ajudar este país a sair desta catástrofe humanitária (a pandemia). Podemos falar muito sobre os planos dos EUA para a Venezuela, totalmente divorciados da realidade, mas penso que o que já foi dito é suficiente. Vamo-nos manter atentos a este tema.

Quanto às críticas da Human Rights Watch sobre as difíceis condições carcerárias nas prisões russas


Não deixámos passar despercebido um artigo publicado pela organização não-governamental “Human Rights Watch” em que os seus autores afirmam que nos estabelecimentos prisionais russos as condições de detenção são incrivelmente difíceis devido à falta de serviços médicos adequados.

Gostaria de sublinhar que o Departamento Federal dos Serviços Prisionais e a Vigilância Sanitário-Epidemiológica tomam medidas necessárias para evitar a propagação do coronavírus nos estabelecimentos prisionais russos. Consideramos que, hoje em dia, usar a situação em qualquer país em um contexto político é inoportuno e indignificante. 

No que diz respeito à “Human Rights Watch”, a situação no seu país de “origem” requer uma maior atenção da sua parte do que a situação no nosso país. Faria melhor em preocupar-se com a situação nas prisões norte-americanas, e não só. 

Penso que a “Human Rights Watch” está ciente de que, conforme os dados de 2017, 1,5 milhões de pessoas se encontram nos estabelecimentos prisionais dos EUA. Entre eles há cidadãos russos. Seria bom se, nesta época difícil, a “Human Rights Watch” atendesse ao facto de os EUA manterem, durante muitos anos, na prisão cidadãos russos que precisam realmente de cuidados médicos porque a sua saúde foi prejudicada devido, inclusive, a ações ilegais das autoridades locais. Este problema existe e nós falamos disso. Por isso, a “Human Rights Watch” tem todas as oportunidades de utilizar o seu potencial neste domínio. 

Há muito que pedimos a Washington que ponha em liberdade Konstantin Yaroshenko, Viktor Boot, Bogdana Osipova, Roman Seleznev e muitos outros cidadãos russos. Há mais de uma semana, a 24 de março, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, enviou mais uma mensagem ao Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em que pediu que os EUA dessem provas de humanismo face a um perigo real para a sua saúde. Seria bom que os nossos esforços neste sentido, dada a intensa atuação da “Human Rights Watch” , fossem apoiados pelas ações desta organização não-governamental.


Quanto às declarações do Chefe da Delegação da UE em Moscovo


Prestámos atenção ao comentário do Chefe da Delegação da UE em Moscovo, Markus Ederer, sobre a assistência russa à Itália. Este comentário causa-nos perplexidade. 

Tendo agradecido, em bons termos, ao nosso país a ajuda à Itália amiga, o Chefe da Delegação da UE na Rússia repetiu as palavras absolutamente infundadas dos propagandistas da UE, acusando a Rússia de desinformação. Comportamento ímprobo. Se o Chefe da Delegação da UE em Moscovo tiver quaisquer perguntas ou factos que provem que as informações divulgadas contêm erros, incoerências e até mesmo desinformação, estamos sempre prontos a responder a perguntas e a considerar estes materiais. É o senhor que divulga a desinformação. É uma vergonha fazê-lo nestes dias difíceis para toda a humanidade e também para a UE.


Quanto ao bombardeamento holandês do território iraquiano em 2015


As notícias dos Países Baixos permitem-nos voltar ao tema do bombardeamento da cidade iraquiana de Hawija pela Força Aérea holandesa em junho de 2015. Em dezembro do ano passado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo deu a sua avaliação deste incidente. No entanto, naquela altura, o Governo neerlandês negou ter sido responsável pela morte de dezenas de civis.

Como se soube, sob a pressão da opinião pública e dos deputados neerlandeses, a Ministra da Defesa dos Países Baixos, Ank Bijleveld, admitiu finalmente que, durante o bombardeamento efetuado pela da Força Aérea neerlandesa, 70 civis foram mortos.

Na tentativa de justificar-se, a ministra neerlandesa disse que, até há pouco tempo, ninguém nos Países Baixos tinha conhecimento da verdadeira dimensão do incidente, porque os EUA "não forneceram dados definitivos sobre as vítimas do ataque aéreo". Quando as provas irrefutáveis foram apresentadas, o Governo neerlandês encontrou, de repente, os responsáveis, apontando como tais os EUA. Ao mesmo tempo, o Governo neerlandês considera-se no direito de ensinar outros como respeitar os direitos do homem, como lidar com a abertura de informação, como combater a desinformação e como fazer com que os criminosos acabem encarcerados e recebam uma punição justa e adequada. Ponham ordem na sua casa. Em cinco anos, não se deram o trabalho de se informar do destino dos civis atingidos pelo seu bombardeamento. Não foi um engano. Alguém deu a ordem e 70 pessoas morreram. As estatísticas gerais da coligação anti-EI sobre as vítimas entre os civis registavam estes 70 mortos desde abril de 2017.

A conclusão é simples. O Governo neerlandês estava ciente das consequências da atuação das suas Forças Armadas e simplesmente escondeu o facto do massacre de civis iraquianos. Lembrem-se disso quando, da próxima vez, as autoridades neerlandesas quiserem dizer-lhes a "verdade". 


Quanto à primeira entrega europeia ao abrigo do mecanismo de apoio às trocas comerciais com o Irão (INSTEX)


A Europa entregou material médico ao Irão no quadro do mecanismo de apoio às trocas comerciais com o Irão, o Instex, criado pela União Europeia em 2019.

Evidentemente, são de aplaudir os progressos alcançados na criação deste mecanismo destinado a manter as relações comerciais normais e uma cooperação comercial e económica face às sanções dos EUA. Ao mesmo tempo, é de notar que o chamado trabalho preparatório, do qual uma parte foi realmente dedicada às atividades preparatórias enquanto a outra foi, infelizmente, uma " luta contra os moinhos de vento ", levou quase um ano. A informação sobre o início da primeira transação chegou em junho de 2019.

Compreendemos que a criação de mecanismos eficazes que permitam neutralizar o impacto das sanções unilaterais ilegais dos EUA é uma coisa nova e trabalhosa para a União Europeia. Mesmo assim, o primeiro resultado foi obtido. Agora é necessário dar continuidade aos esforços neste sentido e melhorar a qualidade e a dinâmica dos esquemas ensaiados. Acreditamos que a chave para a eficácia deste mecanismo é estendê-lo às mercadorias atingidas pelas restrições norte-americanas e completar a lista dos seus fundadores com os países que não fazem parte da UE e são parceiros comerciais importantes do Irão. Caso isso aconteça, podemos ter esperança de que o INSTEX ganhe força e esteja à altura das expectativas nele depositadas como elemento eficaz da infraestrutura global anti-sanções. Continuaremos a comentar a situação nesta área e a divulgar informações disponíveis. A necessidade de tais instrumentos é especialmente relevante face aos desafios como a pandemia do coronavírus. A aplicação de sanções unilaterais nestas circunstâncias é inaceitável, cínica e imoral.


Quanto ao bloqueio de um portal na Sérvia


Notámos que a rede social "Facebook" bloqueou a conta do portal vostok.rs, conhecido por utilizar nas suas publicações informações de agências noticiosas russas. 

O motivo das sanções não é claro. Como justificativa, argumentou-se que o portal teria violado as normas comunitárias. Todavia, o facto de a repressão se ter seguido à publicação de materiais alusivos ao próximo aniversário do bombardeamento da NATO na antiga Jugoslávia, em 1999, leva a crer que esta coincidência não é acidental. Aparentemente, alguns dos administradores ou moderadores, responsáveis pela censura das redes sociais, do "Facebook" no caso, não gostam de se lembrar dos acontecimentos trágicos ocorridos há vinte anos e do papel pouco decoroso dos países que agrediram um país soberano. Tudo isto aconteceu em silêncio, dado que a atenção da opinião pública está centrada nas notícias sobre o coronavírus e no combate a esta pandemia. Esta é, sem dúvida, uma outra manifestação da violação da liberdade de expressão e da censura política com uma evidente conotação anti-russa. Mesmo numa época de grandes adversidades em que a humanidade tenta vencer o inimigo comum, a pandemia, algumas estruturas politicamente motivadas, entre as quais alguns meios de comunicação social, utilizam métodos tão indignificantes para censurar as notícias, embora agora seja necessário fazer outras coisas.

Jornalista: As embaixadas russas terão de desembolsar recursos dos seus orçamentos para prestar ajuda financeira aos cidadãos russos em situações difíceis. Como serão reembolsados os fundos gastos pelas embaixadas para estes fins numa altura em que, devido às sanções, a transferência bancária de verbas extra nem sempre é possível e o sistema de mala diplomática não está a funcionar? Existe um plano de funcionamento das embaixadas russas nestas circunstâncias? 

Porta-voz: Comecei o briefing por dizer que este é o tema principal da atual agenda do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo: ajuda aos cidadãos russos. Eu também disse que o nosso trabalho tem duas vertentes: o regresso dos cidadãos russos retidos no estrangeiro à Rússia e a elaboração de medidas sistémicas (este trabalho está a cargo do Governo russo, cabendo ao Ministério dos Negócios Estrangeiros levá-las à prática). Repito: trata-se de medidas sistémicas de natureza global para ajudar aqueles que se encontram no estrangeiro e que necessitam urgentemente de recursos financeiros.  

Neste caso, o trabalho está a ser feito online. Assim que este mecanismo fique completamente pronto (consideramos que isso acontecerá nos próximos dias), as embaixadas receberão as respectivas orientações. Até à data, as representações russas no estrangeiro atuam dentro dos limites das suas possibilidades para ajudar as pessoas necessitadas em diversas questões: logística, elaboração de documentos, transporte para aeroportos, alojamento. Em algumas embaixadas russas, os diplomatas ajudam em dinheiro do seu bolso os cidadãos russos em situação financeira difícil. Este é um exemplo muito bom, porque agora atuamos mais de acordo com a situação vivida do que em conformidade com as orientações recebidas. 

Muitas pessoas dizem terem dificuldades em conseguir uma ligação telefónica com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. Às vezes, a intensidade de telefonemas chega a cerca de 200 chamadas por minuto: nenhuma estrutura dispõe de recursos para processar esta quantidade de chamadas. O número de chamadas por dia chega a algo entre 10 e 15 mil. Cabe salientar que, em alguns países, o número de pessoas que se declararam desejosas de regressar à Rússia é centenas de vezes superior ao número de funcionários de repartições russas, cuja função é não só atender às chamadas telefónicas e mensagens mas também elaborar documentos de sobrevoo para aviões; elaborar listas de pessoas desejosas de regressar à Rússia (que estão em constante mudança, porque algumas pessoas vão outras vêm em busca de ajuda); atendimento a pessoas (elaboração de pedidos de prorrogação de vistos, solicitações de cópias de documentos, etc.); questões logísticas do transporte de pessoas. Acrescente a isso um monte de telefonemas e mensagens.

Jornalista: Em que fase se encontra a organização das atividades alusivas aos 10 anos do despenhamento do avião do Governo polaco Tu-154M e ao 80º aniversário da tragédia de Katyn? Houve algum pedido da parte polaca, ela enviará uma delegação na atual situação? 

Porta-voz: A parte polaca pediu oficialmente ajuda para organizar a visita a Smolensk e a Katyn, a 10 de abril, de uma delegação da República da Polónia chefiada pelo Primeiro-Ministro, Mateusz Morawiecki, por ocasião dos 10 anos do despenhamento do avião presidencial e do 80º aniversário dos acontecimentos de Katyn.

Estamos em contato direto com os nossos parceiros polacos a trabalhar nesta questão que depende da evolução da situação internacional em termos de propagação do coronavírus COVID-19.

Jornalista: A 30 de março, às 19h00, o Azerbaijão voltou a violar o acordo de cessar-fogo, bombardeando a região de Tavush, na Arménia. Como resultado, alguns militares arménios ficaram feridos e uma criança que se encontra agora nos cuidados intensivos recebeu um ferimento à bala. A senhora tem algum comentário sobre isso? 

Porta-voz: De acordo com as informações recebidas, na fronteira prosseguem casos de violação do acordo de cessar-fogo. São bombardeadas instalações civis, inclusive automóveis. Há registo de feridos entre os civis. 

Exortamos as partes a darem provas de contenção, a absterem-se do uso da força e a voltarem à mesa de negociações assim que, para tanto, surjam condições objetivas. 

***


Continuaremos a realizar briefings, a responder a perguntas, a fazer comentários rápidos no website do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo e através das nossas contas em redes sociais. A prioridade do nosso trabalho continua a ser a assistência aos cidadãos russos no estrangeiro. Todos os esforços da Administração Central do MNE e das repartições diplomáticas russas no estrangeiro estão voltados para a solução desta questão. Quero que os nossos cidadãos saibam disso.


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