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Porta-voz Maria Zakharova fala em briefing do coronavírus, ajuda internacional e conferências, Moscovo, 27 de agosto de 2020

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Situação atual com o coronavírus


A situação mundial com o coronavírus permanece tensa. Em 27 de agosto, o número total de infetados desde o início da pandemia da Covid-19 superou 24 milhões de pessoas. Repito, trata-se da situação mundial. A dinâmica dos casos da doença varia de país para país, o que impede muitos de optar por reduzir as restrições vigentes.

Em seus briefings na semana passada e antepassada, o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou a sublinhar que “a luta contra a pandemia deve ser um assunto coletivo, e o único meio de sairmos dela é sairmos juntos”.

O principal vetor da atividade dos governos nacionais da maioria dos países visa reforçar os resultados positivos na luta contra a pandemia. Uma atenção especial é prestada à formação adicional do pessoal médico para tratar e diagnosticar a Covid-19, e também às medidas eficientes de combate à epidemia.

Agora, é tarefa principal de todos a emissão de vacinas seguras e eficazes, que muitos países, inclusive a Rússia, estão a elaborar e a realizar testes pré-clínicos e clínicos para superar as consequências negativas da epidemia às economias. O nosso país está pronto para cooperar internacionalmente neste sentido; informámos sobre este facto, entre outros, os países anfitriões dos nossos estabelecimentos estrangeiros.


Quanto ao retorno dos cidadãos russos à Pátria e às perspetivas de abertura das fronteiras para estrangeiros


Continuamos a prestar assistência ao regresso dos nossos cidadãos à Pátria. Os voos de regresso não perdem popularidade nem agora, quase cinco meses depois de lançado o respetivo algoritmo. Na semana passada, mais de quatro mil pessoas já aproveitaram deles, e o número total dos retornados já superou as 290 mil pessoas. Vou lembrar que várias destinações já foram abertas para comunicação aérea regular – e não obstante, sempre há demanda para estes voos. Os números falam por si.

Há voos planeados até o primeiro de setembro, inclusive de Israel, da Índia (Goa), Espanha (Alicante e Barcelona), Itália (Verona e Roma), Chipre, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, França (Paris e Niça) e do Japão. Está em vias de aprovação final o longamente esperado voo de regresso da China.

Continuam a ser vigentes as restrições de entrada à Federação da Rússia para cidadãos estrangeiros, introduzidas pela Portaria do Governo de 16 de março n.º 635-p. Contudo, voltamos a destacar que certas categorias de cidadãos estrangeiros podem viajar à Rússia livremente, sempre que tiverem documentos que confirmam o cumprimento dos critérios estabelecidos pela Portaria.

Recentemente, entrou em vigor a Portaria do Presidente do Governo da Federação da Rússia, Mikhail Mishustin, permitindo aos desportistas, treinadores e especialistas em educação física estrangeiros visitar a Rússia com visto de trabalho ou humanitário. Esta decisão visa facilitar a passagem da fronteira para os participantes de competições internacionais, inclusive no âmbito de ligas desportivas profissionais.

Com a chegada do novo ano letivo, o Centro de Operações do Governo da Federação da Rússia, chefiado pela Vice-Primeira-Ministra, Tatiana Golikova, está a elaborar o algoritmo de entrada à Rússia de alunos estrangeiros de universidades russas. Percebemos no decurso dos contactos com os nossos parceiros estrangeiros que o tema é mais que relevante.


Rússia presta ajuda humanitária ao Peru para combater coronavírus


Respondendo à solicitação recebida pela Rússia do Governo do Peru pedindo prestar ajuda humanitária para combater o coronavírus, o voo especial da empresa aérea Nordwind levou, a 19 de agosto, 500 sistemas de testes com os respetivos reagentes a Lima. O Ministério da Indústria e do Comércio da Rússia está a examinar ativamente a possibilidade de fornecer mais lotes destes produtos ao Peru, levando em conta as capacidades de produção das empresas russas.

Isso evidencia que as relações entre os nossos países são de parceria real, baseadas no respeito mútuo e ajuda recíproca, laços estreitos de amizade e solidariedade entre os dois Estados que têm uma experiência de superação conjunta de situações de emergência. É simbólico que neste ano, a 18 de julho, ambos os países comemoravam o Dia da Solidariedade Russo-Peruana, que visou homenagear o 50o aniversário da ajuda prestada por Moscovo aos sinistrados pelo grave terramoto no Peru.

Estamos convencidos de que as relações bilaterais de parceria continuarão a desenvolver-se para o bem dos povos russo e peruano.

Além disso, o mesmo avião transportou 200 sistemas de testes com reagentes enviados pelo Conselho da Federação da Assembleia Federal da Federação da Rússia para o Parlamento Andino, respondendo à solicitação do Presidente do Parlamento Andino, Víctor Rolando Souza.

Nas condições da situação difícil no mundo em virtude da pandemia do coronavírus, a Rússia está pronta para unir os esforços e trocar experiência com os parceiros interessados, visando superar as suas consequências.


Ministro Serguei Lavrov prepara reunião com estudantes e corpo docente da Universidade das Relações Internacionais


A 1 de setembro, terá lugar o tradicional encontro do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, com os estudantes de primeiro ano e o corpo docente da Universidade Estatal das Relações Internacionais do MNE da Rússia e da Academia Diplomática, dedicado ao Dia do Conhecimento, festa que comemora o início do ano letivo na Rússia. Serguei Lavrov falará sobre assuntos relevantes da agenda internacional e responderá às perguntas no formato online.

A reunião será presencial, mas em virtude das medidas profiláticas de prevenção da propagação da Covid-19, o número dos participantes será limitado. Porém, o site oficial e as contas nas redes sociais do MNE transmitirão o evento em direto.


Videoconferência do Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros do BRICS


A 4 de setembro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, chefiará a conferência dos chefes das diplomacias dos países membros do BRICS em regime de videoconferência.

Durante a sessão, terá lugar uma troca de opiniões sobre assuntos relevantes da agenda internacional, inclusive a respeito de conflitos regionais, de novos desafios e ameaças, da cooperação dos Estados do “quinteto” em plataformas multilaterais, inclusive no âmbito da 75a sessão da Assembleia Geral da ONU. Planeia-se examinar o estado da cooperação entre os cinco no ano da presidência russa em três dimensões essenciais: política e segurança, economia e finanças, relações humanitárias.

Antes da reunião dos Ministros, haverá a tradicional conferência dos sherpas e sous-sherpas dos países do BRICS.


Quanto à situação na Bielorrússia


A situação na Bielorrússia teve uma cobertura ampla. Acaba de ser publicada a entrevista concedida pelo Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, ao jornalista Serguei Brilev, em que ficou detalhadamente refletido o assunto da Bielorrússia. No momento, não podemos acrescentar nada mais. Emitiremos comentários se houver perguntas.


Secretário de Estado dos EUA pretende criar mísseis de alcance intermediário e pequeno para “retenção da agressão russa”


No decurso da reunião nacional pré-eleitoral do Partido Republicano, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou a intenção de criar mísseis de alcance intermediário e pequeno para “retenção da agressão russa”. O tom da intervenção ficou provavelmente condicionado pelo formato. Entre os “êxitos” norte-americanos, foi listada a saída de Washington do supostamente “nocivo” Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (Tratado INF), permitindo aos EUA criar mísseis para “retenção da agressão russa”.

Não deixamos de considerar que os EUA cometeram um erro gravíssimo (e não conseguiram um êxito) ao saírem unilateralmente do Tratado. Mesmo se o Tratado INF não fosse ideal nas circunstâncias atuais, ele continuava, sem dúvida, a fomentar a previsibilidade e a moderação na área de mísseis nucleares.

Como já explicámos muitas vezes, a implementação dos mísseis terrestres de alcance intermediário norte-americanos em diferentes regiões do mundo será um passo extremamente arriscado e desestabilizador do ponto de vista da segurança internacional e regional. Do nosso ponto de vista, isso vai também provocar uma nova virada da corrida armamentista, cujas consequências podem ser absolutamente imprevisíveis. Sem dúvida, o surgimento de novos riscos de mísseis para o território da Rússia não poderá senão acarretar reação imediata da nossa parte.

Estamos convencidos de que a única medida razoável e justificada neste contexto seria a busca conjunta de uma solução da situação atual mutuamente aceitável, por meios político-diplomáticos. A Rússia permanece aberta para o trabalho baseado na igualdade de direitos e construtivo de recuperação da confiança, reforço da segurança internacional e estabilidade estratégica. Esperamos que a parte norte-americana mostre os mesmos interesse e responsabilidade.

Quanto à repetição da tese propagandística sobre a suposta “agressão russa”, isso é só mais uma tentativa de deturpar por completo os factos, levando a opinião pública norte-americana e internacional ao erro no intuito de distrair a atenção das ações destrutivas dos próprios EUA no palco internacional.


Quanto à declaração emitida pela Comissão Europeia pelo motivo do Dia Europeu em Memória das Vítimas dos Regimes Totalitários e Autoritários


Não pudemos deixar passar despercebida a tradicional declaração emitida pela Comissão Europeia (CE) pelo motivo do dito Dia Europeu em Memória das Vítimas dos Regimes Totalitários e Autoritários.

Devemos constatar que Bruxelas continua a estranha política míope de falsificação e reescritura da história europeia. A Comissão Europeia volta a reproduzir a tese revisionista de que foi o Tratado de Não Agressão assinado pela Alemanha e a URSS a 23 de agosto de 1939 que “submergiu a Europa na escuridão”. Contudo, numa chave já não surpreendente de semelhantes declarações ridículas, nada foi dito sobre as ideias expansionistas e de ódio à humanidade do regime nazista, nem do papel decisivo da União Soviética na vitória sobre o fascismo.

Neste sentido, queremos voltar a indicar a quem gosta de fazer especulações históricas que a Europa começou a “submergir-se na escuridão” não a 23 de agosto de 1939, senão muito antes, quando as capitais ocidentais optaram pela política de apaziguamento do país agressor, o que resultou no Pacto de Munique de 1938.

As avaliações abrangentes, pormenorizadas e profundas destes acontecimentos históricos foram dadas pelo Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, no seu artigo “75 anos da Grande Vitória: Responsabilidade conjunta perante a história e o futuro”. Na verdade, já o citámos muitas vezes. Sugerimos a sua leitura atenta por todos os que quiserem contemplar sobre o assunto.

As tentativas da Comissão Europeia de voltar a comparar a URSS e a Alemanha nazista contradizem a tudo: à história, aos factos, à lógica e à moral. Antes de tudo, contradizem às decisões do Tribunal de Nuremberga. Ao promover semelhantes conceções pseudo-históricas a favor dos interesses políticos momentâneos, Bruxelas está a “brincar com o fogo”, sabendo disso perfeitamente. Tal tratamento, interpretação voluntária ou deturpação premeditada dos factos históricos leva a certa tolerância da propaganda descarada de ideias nazistas em certos países da UE. É um facto óbvio hoje em dia. Isso realmente ameaça os princípios fundamentais da diplomacia e dos direitos humanos, ofende a memória de milhões das vítimas da Segunda Guerra Mundial e de todos os que deram as suas vidas pela libertação da Europa do fascismo alemão.


Rússia e Arábia Saudita facilitam emissão de vistos


A 30 de agosto, entrará em vigor o Memorando assinado a 14 de outubro de 2019 em Riade pelo Governo da Federação da Rússia e o Governo do Reino da Arábia Saudita de facilitação da emissão de vistos para os cidadãos dos dois países.

O Memorando prevê a emissão, a cidadãos da Rússia e da Arábia Saudita, de vistos de turismo para até seis meses, de vistos múltiplos privados para até um ano, e também de vistos múltiplos de negócios e humanitários para até cinco anos.

Os vistos múltiplos permitem aos cidadãos de cada parte estar no território da outra parte por um prazo máximo de 90 dias dentro de cada 180 dias.


Google bloqueia contas dos media estatais cubanos


A 20 de agosto, a empresa norte-americana Google bloqueou as contas da editora cubana Granma e dos principais canais de notícias Mesa Redonda e Cubavisión Internacional, sob a acusação de terem violado, alegadamente, a Lei sobre as Exportações dos EUA. Como era preciso os bloquear, conseguiram o pretexto legal.

Contudo, a corporação, do seu jeito caraterístico, nem considerou necessário prestar explicações da sua decisão. O bloqueio impertinente é restritivo e viola os princípios democráticos universais, violando a liberdade de acesso à informação e a sua divulgação. O gigante informático fez isso conscientemente.

O único argumento que ouvimos é uma referência a certas normas que impõem à corporação a obrigação de restringir a transferência de aplicativos para Estados que são objetos de embargo pelo Governo dos EUA. Senhores nos EUA responsáveis por estas decisões, ouçam! Ao elaborar importantes documentos que visam prevenir a xenofobia, o racismo, novas formas do fascismo, vocês não deixam de falar em liberdade de palavra, dizendo que é algo sagrado para vocês, dizendo que disso nem pode-se esquecer em resoluções antiterroristas, conferências etc. Vocês colocam a liberdade de palavra na vanguarda. Qual é a ligação entre exportações dos EUA e bloqueio de editoras e canais de notícias cubanos? De que estão a falar? Será que não compreendemos para que é feito isso? Será que não compreendemos que se trata da censura, que vocês pretendem combater em outros países do mundo? Pois estão a fazê-lo com as suas próprias mãos.

Isso obviamente não resiste a críticas, não resiste ao bom senso. É uma aplicação extraterritorial da legislação norte-americana, que adota neste caso a forma de censura voluntária na rede global da Internet, contrariando as convenções da ONU que regem esta área e é inaceitável.

Porém, será que é o único exemplo de gestão antidemocrática dos media nos EUA? Não. Em setembro de 2019, a rede social Twitter já bloqueou contas cubanas. Em junho de 2020, a plataforma virtual usou o pretexto inventado de deteção de suposta propaganda política para apagar em massa contas da Rússia, China e Turquia. Em julho, a Google bloqueou, sem aviso prévio, a conta oficial do canal de televisão Tsargrad no serviço de vídeos YouTube, junto com os canais associados Novosti Tsargrada (notícias de Tsargrad) e Dvuglavy Oryol (Águia de Duas Cabeças), privando-os de acesso a serviços de correio eletrónico, de nuvem e outros.

Estes exemplos tornam evidente como a pressão política do establishment norte-americano aumenta a participação das corporações informáticas Google, Facebook e Twitter na campanha de Washington contra os media não desejados. Vemos Washington “limpar” pontos de vista alternativos que aparecem. Parece que sentem uma ameaça ao seu monopólio informático do mainstream noticioso mundial.

Consideramos as ações das corporações informáticas norte-americanas, inclusive esta nova decisão da Google, uma violação grosseira da liberdade de palavra e de opinião, dos princípios de liberdade da divulgação da informação e acesso livre a ela.

Apelamos aos líderes das empresas a não ceder os valores democráticos em prol da conjuntura política, revendo a sua política para respeitar as normas fundamentais do direito internacional. Ou declarar o oposto, ou contar como estas decisões são tomadas na realidade. Vai contar-nos da pressão exercida sobre as suas empresas? Como tomam decisões de bloquear canais noticiosos?

Esperamos que as estruturas especializadas internacionais e organizações de defesa dos direitos humanos reajam da devida maneira, dando avaliação imparcial desta situação.


Monumento a poeta Serguei Yesenin é inaugurado na Croácia


A 20 de agosto, um monumento a Serguei Yesenin foi inaugurado solenemente na cidade croata de Opatija. Participaram na cerimónia o Embaixador da Rússia na Croácia, as autoridades municipais, representantes de organizações sociais e educativas, dos círculos de negócio e criativos, compatriotas.

A nossa Embaixada entregou o busto do grande poeta russo aos habitantes da cidade balneária muito popular entre turistas, inclusive da Rússia.

Apraz-nos que a iniciativa de eternizar eminentes pessoas da cultura e história russa na terra croata gozam de apoio pela comunidade local, fomentando os contactos entre pessoas.

Agradecemos aos parceiros croatas a atitude atente para com o riquíssimo legado espiritual e criativo de Serguei Yesenin, que não conhece fronteiras nacionais.


Vietname comemora 75 anos da independência


A 2 de setembro, o Vietname comemora o 75o aniversário da independência.

A partir dos meados do século XIX, o Vietname integrava o domínio colonial da França, e durante a Segunda Guerra Mundial, estava de facto ocupado pelo Japão. Foi somente o êxito da Revolução de Agosto de 1945, alcançado pelo povo vietnamita encabeçado pelo lendário Ho Chi Minh, que pôs fim ao domínio estrangeiro e lançou os alicerces de um novo Estado no mapa da Indochina: a República Democrática do Vietname. Porém, a liberdade e a independência tiveram que ser defendidas por muitos anos com armas nas mãos: primeiro, na Guerra de Resistência de 1946-1954 e depois, na resistência à agressão estrangeira chefiada pelos EUA. Em 1975, esta luta heroica terminou na reunificação do país e na criação da República Socialista do Vietname.

O apoio da URSS desempenhou um papel importante no estabelecimento do jovem Estado vietnamita, prestando muitos anos ao Vietname assistência política e económica. As tradições de amizade e parceria mutuamente vantajosa, estabelecidas naqueles anos, continuam a determinar o caráter especial das nossas relações bilaterais. No ano corrente, a Rússia e o Vietname comemoram o 70o aniversário das relações diplomáticas. A cooperação russo-vietnamita desenvolve-se dinamicamente no espírito de parceria estratégica abrangente apoiada pela rica experiência acumulada nos anos anteriores.

Hoje em dia, a República Socialista do Vietname é um Estado moderno com economia em crescimento dinâmico, um participante ativo de várias alianças regionais e internacionais, e agora é membro não permanente do Conselho de Segurança (CS) da ONU e Presidente da ASEAN.

Queremos transmitir aos amigos vietnamitas os votos de paz, bem-estar e prosperidade pelo motivo da próxima festa nacional.


Fórum de Jovens Diplomatas da OCI reúne-se no âmbito da plataforma digital 100% Tartaristão


A 9 de setembro, o Conselho de Jovens Diplomatas do MNE da Rússia organiza, junto com o Governo da República do Tartaristão e a Academia da Diplomacia Jovem, a primeira reunião online do Fórum de Jovens Diplomatas da Organização da Cooperação Islâmica (OCI), uma plataforma anual que reúne jovens empregados dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos países muçulmanos. Antes, o evento realizava-se somente em formato offline. O tema do Fórum será “Digitalização e Diplomacia: Nova Realidade, Novas Possibilidades”.

A plataforma é realmente interessante. É um lugar reconhecido de reunião de jovens profissionais que discutem os assuntos mais relevantes da agenda internacional. Este quinto encontro terá a tradicional participação de representantes da Argélia, dos Emirados Árabes Unidos, do Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão e outros países da OCI. Entre os convidados honoríficos do evento estão o Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Mikhail Bogdanov, o Representante Especial do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia para Cooperação com Organizações de Estados Muçulmanos, Konstantin Shuvalov, o chefe da Agência de Desenvolvimento de Investimentos da República do Tartaristão, Talia Minullina e muitos mais.

Devo necessariamente sublinhar que o Fórum se realiza no âmbito da plataforma digital inédita de duas semanas 100% Tartaristão, que terá lugar de 30 de agosto a 10 de setembro. É um agregador inédito de conteúdos em vídeo sobre o negócio que visa demonstrar os logros da República do Tartaristão na área social e económica, promoção ininterrompida de pano de fundo informacional e da imagem da região aos níveis interregional e internacional. Para conhecer mais pormenores sobre esta plataforma inédita, podem acessar a página https://www.100tatarstan.com/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">www.100tatarstan.com.

Convidamos os jornalistas para fazerem cobertura do evento. Contacto no Conselho de Jovens Diplomatas do MNE da Rússia é Raissa Shumskaya, telefone: +7 985 413 0045.

Pergunta: Como a senhora comenta a reunião do Embaixador da Rússia em Bamako com as autoridades militares do Mali?

Porta-voz Maria Zakharova: A 21 de agosto, o Embaixador da Rússia em Bamako, Igor Gromyko, manteve uma reunião, a convite do comando dos militares que tomaram o poder no Mali, com o líder do Comité Nacional de Salvação, Assimi Goïta, no território da base militar da cidade de Kati, situada perto da capital.

Este primeiro contacto com as novas autoridades autoproclamadas malianas priorizou a segurança da missão diplomática russa e os seus empregados. Notificou-se também ao Presidente do Comité Nacional de Salvação as nossas preocupações por causa dos problemas com a segurança da Embaixada, que não tem sido devidamente realizada depois dos acontecimentos de 18 de agosto.

O Embaixador obteve promessa de que a Guarda Nacional e a Polícia Militar malianas iriam receber imediatamente encargos de tomar medidas abrangentes de proteção da representação estrangeira da Rússia.

Por iniciativa própria, Assimi Goïta informou o Embaixador da Rússia das razões que motivaram os militares a afastar o Presidente, Ibrahim Keïta e o Governo da República do Mali, do poder, e também dos passos prioritários do Comité Nacional de Salvação de restaurar a ordem no país e de garantir o devido funcionamento dos órgãos de poder estatal.

A liderança do Comité Nacional de Salvação já manteve semelhantes reuniões com os Embaixadores de outros países, inclusive a China e a França.

Pergunta: A 21 de agosto, o chefe do Governo de Acordo Nacional da Líbia, Fayez al-Sarraj, e o Presidente da Câmara dos Representantes, Aguila Saleh, anunciaram o regime de cessar-fogo em todo o território da Líbia, com o lançamento da solução política do conflito. Como a senhora comentaria este acontecimento?

Porta-voz Maria Zakharova: Sendo convencidos da falta de alternativa da solução política da crise líbia, nós temos nos manifestado e continuamos a manifestar-nos a favor do cessar-fogo sustentável na Líbia, com o fim do sangrento conflito interno líbio, que tem devastado o país desde a época da intervenção da NATO em 2011. Neste sentido, as recentes declarações feitas pelo chefe do Governo de Acordo Nacional da Líbia, Fayez al-Sarraj, e o Presidente da Câmara dos Representantes, Aguila Saleh, suscitam certo otimismo. Apelamos às partes a lançar imediatamente as negociações interlíbias no âmbito dos mecanismos criados pelas decisões da Conferência de Berlim sobre a Líbia de 19 de janeiro do ano corrente e aprovadas pela Resolução 2510 do CS da ONU.

Pergunta: A senhora poderia comentar as possibilidades de troca de presos naturais da Rússia e dos EUA, entre os dois países?

Porta-voz Maria Zakharova: Recentemente os media têm divulgado informações sobre a preparação de uma troca de cidadãos norte-americanos, inclusive Paul Whelan, recentemente condenado na Rússia, por cidadãos russos que estão em prisões norte-americanas. Como os chefes do MNE da Rússia já comentaram, todas as informações sobre supostas negociações a este respeito não correspondem à realidade.

Quanto aos cidadãos russos mantidos em prisões dos EUA, a 24 de março, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, emitiu um apelo oral ao Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. Nele, apela a Washington a libertá-los por considerações humanitários, em virtude da propagação da Covid-19 nos EUA. Desde então, tocámos neste assunto a níveis diferentes, sem ouvir uma resposta concreta.

Apelamos aos colegas norte-americanos a tratarem, não obstante, desta questão, e quanto rápido, melhor.

Pergunta: Como a Rússia vê os planos que a Turquia, ocupante de parte da República do Chipre, tem anunciado várias vezes, de iniciar unilateralmente a reconstrução e a utilização da cidade balneária de Famagusta? Como a senhora vê as propostas do Presidente do Chipre de examinar o assunto de reconstrução e retorno dos habitantes legítimos da cidade fechada em conjunto com a ONU e duas comunas?

Porta-voz Maria Zakharova: Os parâmetros de solução do problema de Varosha foram determinados por uma série de Resoluções do Conselho de Segurança da ONU: 414 (1977), 482 (1980), 550 (1984), 789 (1992) e 2483 (2019). A Federação da Rússia, sendo membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, permanece fiel às modalidades de solução inscritas nestas Resoluções, estando pronta para prestar assistência necessária às partes das negociações. Isso também define a nossa atitude para com a proposta do Presidente da República do Chipre, Nikos Anastasiadis.

Consideramos que a retomada em breve das negociações sobre a solução definitiva do problema cipriota permitiria criar uma atmosfera construtiva favorável ao compromisso inclusive a respeito do assunto de Varosha.

Pergunta: O Governo da Estónia tenciona derrubar o complexo memorial de Maarjamäe, dedicado aos guerreiros navais russos. O Ministro do Interior estoniano chamou este monumento de “símbolo do período de ocupação”. O MNE conhece a situação em torno deste complexo memorial? A intenção das autoridades estonianas seria mais um passo na campanha contra os monumentos a soldados soviéticos nos países do Báltico e noutros países do Leste da Europa?

Porta-voz Maria Zakharova: Soube-se recentemente dos novos planos dos políticos estonianos de lutar contra os elementos do “legado soviético” que restam no país. Desta vez, trata-se do memorial construído em 1960 no monte de Maarjamäe em Tallinn, em homenagem ao heroismo dos marinheiros da Frota do Báltico na Primeira Guerra Mundial. De acordo com a opinião do Ministro do Interior da Estónia, Mart Helme, este monumento meio arruinado é um “símbolo do período de ocupação”, devendo por isso ser demolido.

Contudo, avaliações mais adequadas reinaram no poder municipal. Como observou o prefeito da capital, Mikhail Kylvart, Tallinn não faz guerra aos monumentos e está pronto para a comprar para cuidar dele.

Esperemos que o bom senso prevaleça na Estónia e as forças políticas do país não se permitam uma nova provocação que, sem dúvida, iria favorecer a ulterior desintegração da milionária comunidade russófona e a estagnação das relações bilaterais.

Da nossa parte, continuaremos, inclusive em plataformas internacionais, a oposição ativa à reescritura da história comum e à profanação dos memoriais soviéticos na região do Báltico.

Pergunta: Recentemente, o Embaixador da Rússia no Afeganistão manteve encontros com vários políticos importantes do país, discutindo as perspetivas de negociações pacíficas. Foram realizadas, nomeadamente, reuniões com o Presidente da República Islâmica do Afeganistão, Ashraf Ghani, o Primeiro Vice-Presidente, Amrullah Saleh, o ex-Presidente do Afeganistão, Hamid Karzai e o principal representante civil da NATO no Afeganistão. Quais são os resultados destes encontros, houve um acordo concreto?

Porta-voz Maria Zakharova: É verdade, nos últimos dias o Embaixador da Rússia no Afeganistão manteve várias reuniões, visando, entre outros objetivos, incitar as autoridades do Afeganistão a iniciar o mais breve possível as negociações diretas interafegãs da paz.

Infelizmente, apesar da decisão positiva da Assembleia Afegã consultiva (Loya Jirga) celebrada a 7-9 de agosto do ano corrente, as autoridades do Afeganistão seguem a abster-se da libertação dos talibãs presos, anunciando cada vez novas condições para este passo.

Na situação atual, apelamos a Cabul a levar a cabo o mais breve possível a troca dos presos e a iniciar o diálogo direto com a oposição armada. Sublinhamos, não obstante, que qualquer adiamento das negociações interafegãs mina os esforços internacionais de solução da situação no Afeganistão, fazendo duvidar o interesse das autoridades afegãs quanto à próxima chegada à paz no país.



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